Justiça solta inocente preso por suspeita da morte de família em S.Bernardo
Michael dos Anjos ficou três dias detido injustamente, porque um dos presos mentiu para acobertar irmã
Michael dos Anjos ficou três dias detido injustamente, porque um dos presos mentiu para acobertar irmão
A Justiça soltou Michael dos Anjos que foi preso nesta semana pela Polícia como suspeito de participar da morte do casal de empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalves e do filho adolescente, Juan Victor, de 15 anos. Os três foram carbonizados na estrada do Montanhão, em São Bernardo, em 28 de janeiro.
Quem pediu para soltar Michael foi o preso Juliano Júnior, que já confessou ter participado do crime, mas mentiu para a Polícia para acobertar o irmão, Jonathan Fagundes Ramos, o verdadeiro suspeito, que fugiu e, agora, é um procurado da Polícia já que está com a prisão decretada.
As principais suspeitas de planejar o crime são a filha mais velha do casal, Ana Flávia Gonçalves, e sua namorada, Carina Ramos. Elas confessaram que mandaram roubar a casa da família, mas negam que mataram os três.
Elas foram as primeiras a serem presas. Posteriormente, outras três pessoas tiveram a prisão decretada. A Polícia procura o sexto suspeito.
Entenda o caso
Romuyki, Flaviana e Juan foram carbonizados dentro veículo Jeep Compass, que pertencia à família.
Nos primeiros depoimentos, Ana Flávia e Carina negaram, mas com o depoimento de Juliano apontando-as como mentoras do crime, elas mudaram a versão e admitiram que planejaram o roubo. (Foram elas que colocaram os bandidos dentro do veículo e depois deixaram entrar na casa da família.
De acordo com a polícia, no primeiro depoimento, as suspeitas mencionaram que a família tinha uma dívida com um agiota e que Flaviana teria saído de casa de madrugada para realizar o pagamento e depois seguiria para Minas Gerais. A presença do filho no carro fez a polícia desconfiar da versão.
A Polícia encontrou a casa toda revirada e tinha sangue em cômodos, roupas e na máquina de lavar. O que levantou suspeita é de que a casa estava fechada, não tinha sinais de arrombamento. Foram roubados eletrodomésticos, documentos, joias, além de dólares e R$ 8 mil em espécie.
Também foram localizados litros de água sanitária e manchas de sangue no quarto do adolescente. Também havia manchas de sangue em peças de roupa de Ana Flávia (no joelho e na parte da genitália).
Uma testemunha chave revelou à Polícia que viu um homem de 1,90 m de altura junto com Ana Flávia e Carina, carregando coisas pesadas para o veículo. O suspeito é Juliano, primo de Carina, o terceiro a ser detidoem 4 de fevereiro. Ele já confessou o crime e mencionou que a ação foi premeditada e que Ana Flávia autorizou o assassinato da família.
De acordo com Juliano, a intenção dele e dos dois comparsas era roubar joias e dinheiro do cofre da casa. Na residência estavam Romuyki, o filho Juan, Ana Flavia e Carina, quando o trio chegou e anunciou o assalto.
Pai e filho teriam sido levados para o quarto do adolescente, onde teriam sido mortos asfixiados. De acordo com um dos presos, Carina teria participado do sufocamento de Romuyuki com um saco plástico. Já a mãe, Flaviana, chegou no condomínio mais tarde e foi vendada.
O que levantou suspeitas da Polícia é de que o carro de Ana Flávia e Carina entrou e saiu do condomínio seis vezes. A namorada Carina chegou às 20h na casa e estava de casaco com capuz, apesar de estar calor no dia. O fato gerou desconfiança da polícia.
O Jeep da família saiu condomínio às 0h50. O carro de Ana Flavia saiu na frente. Duas horas depois, os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan são encontrados carbonizados na Estrada do Montanhão. Quando os Bombeiros chegaram, o veículo ainda estava em chamas.