Justiça adia pela 4ª vez julgamento dos acusados de matar família em Sto.André

Ausência de algumas testemunhas prejudicou o julgamento dos assassinos; crime chocou o País, pois filha teria arquitetado morte dos pais e do irmão de 15 anos

A Justiça adiou nesta segunda-feira (21/11) o julgamento dos acusados de matar o casal Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Veras, de 43 anos, e o filho deles, Juan Victor Gonçalves, de 15 anos. O crime chocou o País pela crueldade e o envolvimento da filha do casal.

O julgamento já foi adiado quatro vezes, sendo em 21 de fevereiro, 13 de junho, 19 de setembro e 21 de novembro.

A nova data foi marcada para 6 de março do ano que vem. O julgamento foi adiado desta vez porque algumas testemunhas não compareceram e as partes acham que elas precisam ser ouvidas.

Os crimes ocorreram em 27 de janeiro de 2020, mas os corpos só foram encontrados no dia seguinte. A família foi carbonizada dentro do veículo, na Estrada do Montanhão, em São Bernardo.

Os acusados do crime são a filha do casal e irmã do adolescente, Anaflávia Martins Gonçalves, e a então namorada dela, Carina Ramos de Abreu, além dos irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, que são primos de Carina. O quinto preso é Guilherme Ramos da Silva, vizinho dos irmãos Ramos.

Além da ausência de testemunhas, o advogado de defesa de Carina – Fábio Gomes da Costa não conseguiu ir ao Fórum alegando problemas de saúde. Outro argumento foi o fato de o advogado de defesa de Anaflavia, e também de Guilherme, Leonardo José Gomes, ter solicitado um laudo de Incidente de Insanidade Mental para a sua cliente. No entanto, o documento não teria sido concluído a tempo de apresentar no julgamento.

Decepção de familiares

Dona Vera, avó de Anaflavia, disse ter ficado decepcionada com o novo adiamento, porque aumenta a dor e o luta da família. “É decepcionante, humilhante, não vou sair desse luto nunca. As pessoas não sentem a minha dor, agora só em 6 de março. Olha quanto tempo, chegar em março e adiar de novo. O sentimento é injustiça e impunidade. Querem ganhar tempo”, disse Dona Vera em lágrimas.