Jovem de S.Bernardo que estava desaparecido é encontrado sem vida
A mãe de Yago disse ao ABCD Jornal que o filho foi achado carbonizado e o reconheceu pelas tatuagens
A mãe de Yago disse ao ABCD Jornal que o filho foi achado carbonizado e o reconheceu pelas tatuagens
O jovem Yago Henrique França, de 29 anos, morador do bairro Taboão, em São Bernardo, foi localizado sem vida. A mãe dele, Simone Garcia França, disse ao ABCD Jornal que reconheceu o filho nesta terça-feira (07/03) no IML (Instituto Médico Legal de Taboão da Serra. “Ele estava carbonizado e eu reconheci pelas tatuagens”, afirmou a mãe muito abalada.
Segundo Simone, uma amiga da família resolveu percorrer nesta terça vários IMLs e quando chegou em Taboão da Serra havia um corpo que ainda não havia sido identificado. A mulher acionou a mãe do jovem que foi até o local.
“Meu filho estava desaparecido desde do dia 27, deu uma semana ontem, certo? E hoje uma amiga, muito amiga nossa, estava percorrendo os IMLs para achá-lo. Então, ela chegou no IML de Taboão da Serra e ele estava lá. Ela até me pediu se ele tinha alguma tatuagem, enfim, o que ele usava. Então eu disse pra ela que ele tinha tatuagem e tudo indicava que era ele. Quando eu cheguei lá, entrei eu, pois o meu marido, infelizmente, não estava com estômago pra entrar lá dentro e eu o reconheci pelas tatuagens. Então. ele saiu no dia 27, não consegui mais falar com ele e segundo me informaram, o IML me informou que ele foi encontrado em Itapecerica da Serra em uma mata. O rosto dele e boa parte do corpo dele estava carbonizada, a única coisa é que deu pra ver foi a tatuagem que ele tinha no braço esquerdo e no tornozelo direito. Então é isso. Isso é o que eu posso te informar”, lamentou a mãe.
Marcelo Gil, presidente da ONG ABCD’S (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), acredita que Yago pode ter caído no golpe do aplicativo de relacionamento. “Tudo indica que foi um crime de homofobia que ocorre pelos apps”, afirmou Marcelo que era amigo de Yago e também está emocionado com o falecimento do jovem. Segundo Marcelo Gil, até 2019, Yago, que é gay, era diretor de cultura da ONG, mas se afastou por conta da pandemia e retomaria suas atividades no segundo semestre deste ano.
“Eu vou falar o que nos foi relatado. No dia 27 de fevereiro. Ele saiu de casa e foi para o Capão Redondo em um centro espírita. Ele teve uma conversa com uma pessoa pelo Whatsapp, e dessa conversa com essa pessoa ele foi para um encontro com um rapaz de um aplicativo, essa é última coisa que nós sabemos. O que a gente tem de informação é somente isto. Então, como foi em um encontro de aplicativo por que alguém mataria ele dessa maneira? Então, a gente traduz que esse crime seja de homofobia, pois ele não era usuário de entorpecentes, ele era um menino superfamília , trabalhava e, inclusive, ele tinha uma responsabilidade enorme com os pais, tanto com o pai quanto com a mãe. Então, é isso que chocou muito a gente, entendeu? Então os traços são de que foi um crime de ódio, foi um crime de homofobia. Só que o nosso problema é aplicativo , esses apps aqui na região do ABC estão fazendo muita extorsão e agora por esse caminho. Eu estou meio sem chão também”, afirmou Marcelo Gil.
Desaparecimento
Yago Henrique França, de 29 anos, estava desaparecido desde o dia 27 de fevereiro quando saiu de sua residência em São Bernardo por volta das 13h30.O jovem avisou que sairia e tinha prometido voltar para jantar, porém desde às 23h10 não foi possível entrar em contato com ele, porque o celular só dava caixa postal.
Segundo amigos relataram ao ABCD Jornal, o jovem desapareceu por volta das 20 horas
Veja print da última conversa de Yago com amigos.
Veja nota da Secretaria de Segurança do Estado sobre o caso:
“A Polícia Civil encontrou o corpo de um jovem, na noite de terça-feira (7), Rua das Cigarreiras, Cachoeira do Tucano, Itapecerica da Serra. A mãe de um rapaz, desaparecido desde o dia 27 de fevereiro, compareceu à delegacia e reconheceu o corpo do filho que foi levado ao IML de Taboão da Serra. O caso foi registrado como morte suspeita pela Delegacia de Itapecerica da Serra, que solicitou perícia e exame necroscópico à vítima. As investigações ficarão à cargo do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa – SHPP de Taboão da Serra por meio de inquérito policial para apurar todas as circunstâncias relacionadas aos fatos”.