A luta contra a discriminação racial começou a semana repercutindo com força no mundo do futebol. A revelação do Vasco Talles Magno publicou no Twitter: “Não adianta não ser racista, temos que ser antirracistas”. A frase é da ativista política norte-americana Angela Davis. O lateral do Fluminense Igor Julião também tratou do tema nas redes sociais e indagou: “Já parou de tratar as religiões de matrizes africanas de forma pejorativa, tem consumido música, filmes, livros e etc de artistas negros. Já separou um tempo para estudar e entender a influência africana em nosso país”.
Para Marcelo Carvalho, fundador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, há uma nova geração que se posiciona e dialoga com a sociedade e com as comunidades de onde muitos vieram. “Eles percebem que não adianta ser rico e famoso, porque o racismo vai continuar a persegui-los, seja nos campos brasileiros ou europeus”, afirma, lembrando que as redes sociais, além de trazer informações com maior velocidade, formam um coro de protesto que pensa fora das quatro linhas: “Uma voz puxa a outra. Eles vão se encorajando e passam a não ter mais medo de uma possível represália do sistema. É um movimento que, caso não seja silenciado, pode crescer e se aprofundar para falar de outras lutas políticas e sociais do país”.
Os clubes de futebol também se manifestaram contra o racismo. Houve inclusive uma corrente virtual na qual cada um citava o nome de três jogadores históricos negros. O Grêmio, por exemplo, afirmou: “Racismo não é opinião ou preferência política, racismo é crime! Bruno Cortez, Airton Pavilhão e Roger Machado”.
O jogador Neymar se pronunciou contra o racismo nesta terça-feira, em sua conta no Instagram. O brasileiro entrou na campanha #BlackOutTuesday (terça-feira no apagão) em que as pessoas fazem uma postagem na rede social sem nenhuma foto, e fica preto. O camisa 10 acrescentou uma imagem de sua tatuagem da palavra Fé. Na legenda, escreveu: Black lives matter (vida negras importam) #blackouttuesday. Com um emoji de coração preto.
Neymar entrou na campanha lançada pela indústria da música norte-americana, porém todos os outros setores já aderiram. Entre os atletas, Neymar está acompanhado de Messi, que também se pronunciou nesta terça, Usain Bolt, David Beckham, Zinedine Zidane, Marcelo (Real Madrid), Willian (Chelsea), entre outros.
(Da Agência Brasil)
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