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Hospital transição ajuda paciente com câncer a se recuperar das sequelas da covid-19

Morador de São Bernardo, que chegou a perder todos os movimentos abaixo do pescoço, já se alimenta sozinho

  • Morador de São Bernardo, que chegou a perder todos os movimentos abaixo do pescoço, já se alimenta sozinho.
    Foto: Divulgação
  • Por: Redação
  • Publicado em: 17/10/2020
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Morador de São Bernardo, que chegou a perder todos os movimentos abaixo do pescoço, já se alimenta sozinho

 

Morador de São Bernardo, que chegou a perder todos os movimentos abaixo do pescoço, já se alimenta sozinho. Foto: Divulgação

 

Jorge Santos da Silva, de 55 anos, que, em 2019, descobriu um câncer gástrico, tem enfrentado uma dura batalha para ter sua saúde de volta. Em março, o operador de máquinas também foi diagnosticado com a síndrome de Guillain Barré, que é quando o próprio corpo ataca parte do sistema nervoso. “Um dia fui usar o banheiro em casa e não tive forças para me levantar. Foi quando eu e minha esposa decidimos procurar o médico”, explica o paciente.

Na ocasião, Silva ficou internado por seis dias em um hospital localizado em São Bernardo, no grande ABC. Entretanto, a rotina hospitalar não acabou ali. Ele chegou a ser internado mais duas vezes por insuficiência respiratória agravada pela Guillain Barré. A última ocorreu em julho, quando foi diagnosticado com broncopneumonia e testou positivo para a Covid-19.

O coronavírus agravou o quadro de saúde do operador de máquinas. Além de necessidade de traqueostomia para se alimentar, ele perdeu os movimentos abaixo do pescoço e passou a depender de outras pessoas para realizar atividades corriqueiras do dia a dia, como ir ao banheiro. Silva ficou aproximadamente um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até receber alta. Porém, em vez de ir para a casa, foi encaminhado para uma clínica de transição, espaço que tem como propósito oferecer cuidados intensivos de reabilitação para pacientes que necessitam readquirir sua autonomia e reaprender atividades básicas de vida diária – sob cobertura do convênio médico dele.

“O paciente teve acesso a médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionistas todos os dias, além de uma equipe de enfermagem completa disponível 24 horas por dia. Essa estrutura fez uma diferença importante para a recuperação dele. Se ele fosse do hospital para a casa, a recuperação demoraria mais tempo”, explica Richard Rosemblat, diretor clínico e sócio da Nobre Saúde, hospital de retaguarda e transição, localizado em Santo André, para onde o aposentado foi encaminhado.

Depois de três meses de reabilitação, Silva, que passou a se alimentar pela boca e usar sozinho o banheiro, recebeu alta. “No início, o hospital pensou no home care (assistência médica em casa). Mas como o pulmão dele estava congestionado, acharam melhor a transferência para a clínica. Foi a melhor decisão. O Jorge foi melhorando cada vez mais. Para quem só mexia o pescoço e hoje está praticamente andando, é uma grande vitória”, comenta a esposa de Silva, Paula Regina da Silva de Oliveira.

O anúncio da alta de Jorge foi tomado por grande emoção. A Nobre Saúde realizou um jantar surpresa para dizer ao casal que eles estariam liberados para voltar para casa no dia seguinte. O cardápio foi pizza, prato que eles diziam estar com vontade há muito tempo. Antes da refeição, eles puderam assistir a algumas modas de viola tocadas e cantadas pelo musicoterapeuta da clínica, Adilson Casimiro. A saída da unidade ruma à residência foi sob aplausos da equipe interdisciplinar que cuidou dele durante os três meses.

O especialista da Nobre Saúde explica que para todo novo paciente é elaborado um planejamento terapêutico personalizado. A análise leva em conta todas as etapas necessárias para a recuperação, de acordo com suas condições físicas e psicológicas, o que inclui fisioterapia e acompanhamento nutricional, por exemplo. “Nossa meta é que o paciente tenha alta em até 90 dias, o que pode ocorrer antes, dependendo da evolução”, diz Rosemblat.

Em casa, Jorge recebe sessões de fisioterapia cinco vezes por semana por uma empresa de home care, além de ter acompanhamento de outros profissionais da saúde, como oncologista e nutricionista. “A aderência da família e a garantia de que tudo o que já foi feito será mantido é fundamental para que o tratamento não seja perdido”, conclui o médico.