Na noite desta quinta-feira (19/11), véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado nesta sexta-feira (20/11), um homem negro, de 40 anos de idade, foi espancado no supermercado Carrefour, em um bairro da zona norte de Porto Alegre. Os agressores, um segurança do local e um policial militar temporário fora de serviço (exerce apenas atividades administrativas e de guarda), foram presos em flagrante e podem ser enquadrados no crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Tudo aconteceu quando a vítima, identificada como João Alberto Silveira Freitas, teria discutido com a caixa do estabelecimento. Ele foi conduzido pelo segurança da loja até o estacionamento onde começaram as agressões. Um vídeo que mostra a cena circula nas redes sociais. O segurança está detido no Palácio da Polícia de Porto Alegre. Já o policial foi encaminhado para um presídio da Brigada Militar (BM).
Secretário
Pelo Twitter, o vice-governador do Rio Grande do Sul e secretário estadual da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, disse que, embora em trabalho remoto, por ter sido diagnosticado besta quinta com a covid- 19, acompanha os fatos. “Vamos apurar esse fato à sua exaustão, não podemos admitir ações dessa natureza. As imagens são horripilantes, a segurança pública de nosso estado fará tudo para o seu total esclarecimento”.
O governador Eduardo Leite também se manifestou pelas redes sociais. “Hoje é o Dia da Consciência Negra. Infelizmente, nesta data em que deveríamos celebrar políticas públicas e avanços na luta por igualdade racial, nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte um cidadão negro”, lamentou. O governador prestou solidariedade à família de João Alberto.
A perícia foi realizada no local no fim da noite de ontem. A polícia vai analisar as imagens de câmeras de segurança e de testemunhas e vai colher depoimentos. O caso foi encaminhado para a 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP).
Carrefour
Em nota, o Carrefour disse que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos “neste ato criminoso” e que romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. A empresa disse que também vai desligar de seu quadro o funcionário que estava no comando da loja “no momento do incidente”. A nota diz ainda que, em respeito à vítima, a loja não abriu esta sexta-feira.
Uma manifestação em frente ao supermercado está prevista para as 18h.
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