
O Grupo Comboio ABC, organizador de Motociatas em Santo André, quebrou o silêncio e disse publicamente que “nunca” comemorou o falecimento do GCM (Guarda Civil Municipal) Luiz Fernando de Almeida Riguetto, de 34 anos, ocorrido no dia 24 de maio durante ocorrência.
Na tarde do dia 25 de maio, a Polícia Militar recebeu informações de inteligência sobre uma possível reunião de motociclistas na cidade de Santo André, com a suposta finalidade de celebrar o óbito do GCM (Guarda Civil Municipal) e diante da gravidade da denúncia, equipes policiais e GCMs realizaram diligências e detiveram um integrante do grupo Comboio.
“Jamais iríamos comemorar o falecimento de um GCM. Foi uma fatalidade, um acidente”, disse um dos diretores do grupo Comboio ao ABCD Jornal. Ele contou que o grupo já procurou um vereador na Câmara para ajudar o movimento a ser legalizado. “Também temos projetos sociais em Santo André, pois arrecadamos fundos e organizamos festas para crianças na cidade”, afirmou.
O grupo Comboio-ABC enviou à nossa redação uma nota também publicada em suas redes sociais.
Leia a íntegra da nota:
“Rapaziada, devido ao incidente de domingo (25/05), nós da diretoria, não ficamos contentes com o fato e principalmente por alegarem que estávamos comemorando morte de um Romu (DE UM GCM QUE PERDEU A VIDA EM PERSEGUIÇÃO DE UM SUSPEITO) na noite de sábado (24/05). Nunca iríamos participar ou organizar algo do tipo. Nós estamos divulgando o rolê desde o dia 17/05.
Desde o início, fundamos essa equipe com intuito de andar em grupo nos fins de semana, e apoiar nossa comunidade com eventos direcionados às crianças, pra podermos tirar nosso lazer e sempre bem avisados sobre grau, tirar de giro, e fazer zueira.
O intuito sempre foi nos reunirmos para curtir nosso domingo. Na nossa equipe tem vários pais de família, que pelo fato de gostar de moto acabam sendo tirados de marginais pra baixo.
Novamente fui no planalto, acompanhado de um vereador que está apoiando nossa equipe, e, agora, estamos aguardando respostas.
Pedimos o apoio e a compreensão de todos nessa luta, estamos entrando num caminho estreito, porém, por lei, no final teremos vitória.
Foi uma injustiça o que fizeram com um dos diretores da equipe, pois entraram dentro da casa da família dele, a moto estava guardada, ele já estava dentro de casa. Levaram ele preso, aqui não tem bandido. O que aconteceu com ele não desejamos que aconteça com mais ninguém da nossa equipe, então, quando houver comboio novamente, peço a colaboração de todos pra usarem capacetes e seguir as normas de trânsito, pois eles exigem o certo, então tiraremos nossa distração da forma correta…
Ainda não posso falar muita coisa, mas estamos correndo atrás de um espaço para praticarmos manobras, onde não comprometa ninguém.
Novamente peço o apoio e a compreensão de todos”.
Entenda o caso do GCM
O GCM de Santo André Luiz Fernando de Almeida Riguetto, de 34 anos, morreu na madrugada do dia (25) durante cerco policial a dois indivíduos. Riguetto estava na Corporação há um ano e dois meses e atuava na equipe especializada Romo (Rondas com Motocicletas).
O GCM realizava patrulhamento com a equipe pela Rua dos Ciprestes, quando avistou dois homens, em duas motos, que se evadiram do local ao desobedecerem ordem de parada dos guardas.
Durante a perseguição um dos homens foi detido, mas infelizmente Riguetto perdeu o controle da motocicleta ao prosseguir a ocorrência para deter o segundo indivíduo e colidiu violentamente com um poste de iluminação pública na Estrada do Pedroso.
O Samu foi acionado e conduziu o guarda para o Centro Hospitalar Municipal de Santo André, mas não resistiu aos ferimentos.
A Prefeitura de Santo André emitiu uma nota de pesar e afirmou que se solidariza com amigos, familiares e colegas de corporação pela perda do GCM Riguetto. O GCM deixou esposa e duas filhas, sendo uma bebê de seis meses e a outra de 2 anos.