GCMs de Sto.André reclamam que sede da Guarda está em situação precária
Guardas Civis municipais criticam também que há mais de três anos não recebem novas fardas e estariam enfrentando falta de peças
Guardas Civis municipais criticam também que há mais de três anos não recebem novas fardas e estariam enfrentando falta de peças
GCMs (Guardas Civis Municipais) de Santo André reclamam que a base da Corporação da cidade está em situação precária. O prédio apresenta infiltrações, pinturas danificadas e mictório em péssima condição. Além disso, afirmam que é constante ter torneiras e pias quebradas. Os profissionais enviaram fotos apo ABCD Jornal sobre a condição do local e também sobre situações já enfrentadas por conta da manutenção.
“As privadas não têm assento, as descargas apresentam problemas direto e as torneiras e pias sempre apresentam problemas e ficam quebradas sem podermos usar. O mictório tem mais de 20 anos e, por mais que lave, não fica limpo e apresenta odor”, informou um GCM.
Outro guarda também questionou o fato de a Prefeitura pagar função delegada a policiais militares ligados ao Governo do Estado. “Antes de firmar esse tipo de convênio, primeiramente, a Prefeitura deveria fazer investimentos nos guardas municipais dando novos uniformes e equipamentos”, disse.
Fardas
Um agente afirmou que há mais de três anos os guardas não recebem fardas novas. “O resultado disso é que tem guarda que comprou peça com dinheiro próprio. Há outros GCMs que estão até em serviços internos porque não têm farda disponível. Faltam calças, botas e gandolas”, afirmou o GCM que preferiu não se identificar para não sofrer represália. Ele citou que tem GCM sem farda que seria destinado, por exemplo, à Cecom (Central de Comunicação).
“Estamos também há um ano com as mesmas munições e a fabricante recomenda que elas sejam trocadas a cada seis meses”, completou.
Outra informação é de que o sistema de rádio não funciona de forma adequada. “Nosso sistema de comunicação é bem precário. A Cecom não ouve direito as equipes nas viaturas nas ruas e vice-versa”, reclamou um agente. “Além disso, nossos BO são feitos manualmente, no papel, enquanto outras cidades no Estado já se modernizaram e usam tablet. Seria muito mais interessante investir nos tablets, pois agilizaria muito o andamento dos BOs”, disse um GCM.
Os guardas ainda reclamam de falta uma psicóloga na Guarda para dar assistência aos agentes que enfrentam problemas, principalmente de depressão. Recentemente um deles tirou a própria vida e chocou toda a Corporação. Segundo eles, a profissional que tinha no local se aposentou e seria importante colocar uma outra no lugar.
O Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André) também falou em nota oficial publicada no site da entidade sobre a ausência de psicólogo. “A Guarda Civil Municipal de Santo André também enfrenta outro problema sério: falta de apoio Psicológico. Motivo: a psicóloga que trabalhava na Corporação se aposentou no ano passado. Diante de tantos absurdos, nossos Guardas tornam-se vítimas dessa grave situação. Lamentavelmente perdemos o nosso irmão de farda, o jovem Guarda Alex de Oliveira Henriques Antão”, afirmou a nota.
O Sindicato ainda falou sobre a situação da sede da GCM e de eventuais perseguições. “Diariamente os/as Guardas encaram no enfrentamento à violência: pressão psicológica interna, perseguições, baixos salários, punições disciplinares severas, escalas de serviço alteradas sem aviso, falta de reconhecimento, equipamentos pesados, instalações antiquadas e em más condições, vestiários com infiltração, banheiros precarizados e sujos, iluminação precária entre outros. Problemas que elevam o desgaste mental, afetando a saúde física e emocional dos Guardas Municipais”, concluiu a nota.
Veja as fotos da sede da GCM
Outro lado
A Prefeitura, comandada pelo prefeito Paulo Serra, informou que pretende reformar a sede da GCM e que elabora projeto para levantar o investimento necessário para executar as obras. Quanto ao fardamento, negou que esteja sem e disse que, por conta da numeração, apenas um agente não tem a farda e está em serviço interno. Quanto à substituição das munições, a Secretaria de Segurança informou que o processo está em fase final. A Pasta defendeu a atividade delegada com policiais militares e disse ser de interesse da população para reforçar a segurança na cidade.
Leia a íntegra da nota oficial:
“A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Segurança Cidadã, esclarece que o processo de troca de fardamento da Guarda Civil Municipal (GCM) já está em andamento e será finalizado nos próximos meses, de acordo com os trâmites de processo licitatório.
As informações de que a corporação está sem o fardamento não procedem e são baseadas em supostas ‘denúncias’ de agentes da corporação sem a devida comprovação. Cabe esclarecer ainda que apenas um GCM realiza trabalhos internos por conta da numeração do fardamento.
Outra questão apontada, sobre as munições, também não procede, pois a substituição das mesmas está em fase final e o escalonamento no processo de troca das munições teve início há três semanas.
O projeto para reforma da sede da GCM andreense, com o levantamento de investimento necessário para as obras, está sendo finalizado, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos e da Secretaria de Segurança Cidadã.
E por fim, a atividade delegada no município é uma medida de interesse da sociedade, que clama por mais segurança. O município custeia parte das horas extras pagas aos policiais militares e também aos Guardas Civis Municipais que querem e se dispõem a atuar nessa modalidade de trabalho”.
A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Segurança Cidadã, informa que a Guarda Civil Municipal possui uma Seção de Assistência Psicossocial (SAP), sendo a única corporação do ABC a contar com esse tipo de serviço.
Os psicólogos que atuam na administração municipal são contratados por concurso público, que está em andamento, com inscrições abertas. Ao término do concurso público, o novo psicólogo se integrará à Seção de Assistência Psicossocial da GCM.
É importante salientar, no entanto, que o serviço de atendimento psicossocial aos GCMs não está parado, já que os profissionais são encaminhados para psicólogos do convênio médico que atende os servidores municipais.
Ou seja, o atendimento psicológico segue sendo realizado e não foi interrompido em nenhum momento”.