No primeiro fim de semana após o Ministério da Saúde liberar a vacina contra a gripe para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade, funcionários de algumas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de Mauá tiveram de buscar alternativas para a falta de micropores e blood stops, aqueles curativos redondos que são utilizados para conter o sangue no local onde entrou a agulha em casos de vacinas ou exames de análises clínicas.
A solução encontrada, porém, foi motivo de polêmica entre população, médicos, enfermeiros e políticos da cidade: uma vaquinha com a intenção de arrecadar dinheiro para a compra dos suprimentos em falta. “Como já sabem, foi liberada a vacina da gripe para o público. Aqui na Vacina estamos sem blood stop e micropore (pois está em falta na unidade), e gostaríamos de pedir encarecidamente se vocês conseguem ajudar na nossa vaquinha para que possamos comprar. Qualquer valor já ajuda!”, diz a mensagem no grupo de whatsapp de funcionários da UBS Jardim Zaíra II.
Em pelo menos cinco UBSs o mesmo aconteceu (todas as 23 unidades básicas da cidade fazem aplicação de vacinas). De acordo com o deputado Átila Jacomussi, funcionários e agentes comunitários informaram a falta do material em vários pontos da cidade. “Esse blood stop virou mosca branca na cidade. Por isso o desespero dos funcionários. A Prefeitura não está preparada para a Saúde em Mauá. Em outras vacinações que já estavam no calendário oficial anual, aconteceu a mesma coisa”, criticou.
Um munícipe que não quis ser identificado relatou o problema ao se submeter a uma coleta de sangue. “Fui fazer uma coleta e saí realmente sangrando porque não tinha o tampãozinho para colocar no lugar onde entrou a agulha. Meu braço ficou roxo porque não teve isso.”
“Isso é verdade. Está faltando até medicamento. Fui buscar para mim e na UBS do Santa Lídia não tem nada. Está difícil”, disse outra moradora.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura não respondeu aos questionamentos até o fechamento.
Com a ampliação para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade, o Ministério da Saúde quer garantir uma maior cobertura vacinal e, consequentemente, uma redução nas complicações e internações causadas pela gripe. A vacinação é uma das ferramentas mais eficazes para evitar surtos e garantir a saúde da população durante as estações do outono e inverno.
Mesmo com a ampliação, o Ministério ressalta a importância de proteger os grupos mais vulneráveis a complicações da gripe como gestantes, puérperas, idosos, crianças menores de cinco anos e pessoas com comorbidades ou condições clínicas especiais.
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