Pelo menos cinco funcionários da Diastur, empresa particular de transporte escolar e fretamento ligada à família Setti Braga, foram demitidos na manhã desta sexta-feira (7). Segundo apuração do nosso canal, a empresa alegou que os trabalhadores fizeram um “motim” e, por isso, foram dispensados por justa causa.
O fato gerou revolta entre os colaboradores da Diastur e também das empresas terceirizadas, que reivindicam melhores salários e condições de trabalho para motoristas e monitores. A informação é de que alguns monitores recebem menos que um salário mínimo.
Diversas crianças ficaram sem condução nas regiões do Posto Tiradentes e Alvarenga, em São Bernardo do Campo. A paralisação afetou várias linhas, como a 245, 185 e 266, que atendem escolas municipais da região. Pais e responsáveis foram pegos de surpresa e enfrentaram dificuldades para levar os filhos às unidades de ensino.
“A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Educação, informa que foi surpreendida, nesta quinta-feira (6), com a paralisação de parte do serviço de transporte escolar prestado pela empresa Diastur Turismo LTDA. Como consequência, 3.997 alunos ficaram sem atendimento no período da manhã.
Diante desse cenário, a administração municipal já acionou os setores jurídicos competentes para adotar as medidas legais cabíveis, com o objetivo de restabelecer o serviço o mais rapidamente possível e assegurar os direitos dos estudantes.”
A paralisação no transporte escolar de São Bernardo do Campo, ocorrida no dia 6 de março, continua gerando repercussão. Após a demissão de pelo menos cinco funcionários da Diastur, empresa responsável pelo serviço, os trabalhadores e pais de alunos criticam as condições de trabalho e o impacto da greve. Já a empresa, em nota oficial, alegou que a paralisação foi ilegal e culpou as terceirizadas Logitec e JJ pelo ocorrido.
O QUE DIZEM OS FUNCIONÁRIOS
Segundo os trabalhadores, a greve foi motivada por salários baixos, falta de benefícios e condições precárias de trabalho. Alguns monitores afirmam receber menos que um salário mínimo e relataram a dificuldade de manter suas atividades nessas condições. “A gente trabalha muito e ganha pouco. Só queremos respeito e um salário justo”, afirmou um dos funcionários demitidos.
A paralisação pegou muitos responsáveis de surpresa, principalmente nas regiões do Posto Tiradentes e Alvarenga. Com a falta do transporte escolar, pais tiveram que se reorganizar para levar os filhos às escolas municipais. “Não avisaram nada antes. Tive que sair correndo do trabalho para buscar meu filho”, reclamou uma mãe.
A empresa se manifestou por meio de nota oficial, afirmando que a greve afetou 26% do transporte e que notificou as terceirizadas para normalizar a situação, sob risco de rescisão contratual e aplicação de multas. A Diastur também alegou que a paralisação foi ilegal, pois não houve comunicação prévia ao sindicato dentro do prazo de 72 horas, conforme exige a Lei 7.783/89.
” A Diastur Transporte Escolar informa que na manhã do dia 06/03, enfrentou paralisação parcial de empregados de empresas terceirizadas (Logitec e JJ). Foi uma paralisação de 26% do transporte.
De imediato, a Diastur notificou as empresas para que a situação fosse normalizada, sob pena de rescisão imediata e incontinente do contrato de prestação de serviços mantido com tais empresas, sem prejuízo do pagamento de multas previstas em contrato.
Independente dos motivos que levaram tais funcionários a paralisarem parte do transporte escolar, salientamos que a paralisação é ilegal, vez que não houve comunicação prévia através do Sindicato da categoria no prazo legal de 72 horas previsto no art. 13 da Lei 7783/89.
Este comando legal se destina a possibilitar ao empregador conhecer as reivindicações de seus empregados, abrindo a possibilidade de negociação, justamente para que os serviços prestados não sejam prejudicados.
As empresas prestadoras de serviços, segundo informado para a Diastur, foram surpreendidas sem qualquer possibilidade de negociação.
A situação está sendo tratada com prioridade, e neste momento a Distur busca soluções efetivas visando o menor impacto na vida das famílias dos estudantes que dependem do transporte escolar realizado diariamente.
Reafirmamos aqui que nosso maior compromisso é com o atendimento da rede escolar da Cidade de São Bernardo do Campo.
Estamos à disposição para esclarecimentos e nos manteremos prontos para garantir o transporte diário dos estudantes, prioridade máxima de nossa prestação de serviços.”
O prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima, esteve nesta sexta-feira (07/03) na Garagem Tiradentes para dialogar com transportadores escolares que prestam serviços à empresa Diastur. O encontro teve como foco buscar soluções para a paralisação parcial do serviço e garantir que os alunos da rede municipal não sejam prejudicados.
A Prefeitura reforça que os pagamentos estão em dia e que adotará todas as medidas legais para assegurar o cumprimento do contrato. Além disso, uma reunião com as cooperativas, a Diastur e as secretarias municipais envolvidas está agendada para a próxima semana para discutir a demanda.
“A Prefeitura de São Bernardo esclarece que o prefeito Marcelo Lima se reuniu com transportadores escolares, que prestam serviços à Diastur, na Garagem Tiradentes, cuja paralisação parcial ocorreu nesta sexta-feira (07/03). O objetivo do encontro foi dialogar e exigir a retomada das atividades, garantindo que os alunos da rede municipal não sejam prejudicados, tendo em vista que os pagamentos do município à empresa estão em dia.
Embora o quadro não seja de responsabilidade direta do município, já que o contrato está regular com a empresa Diastur, a Prefeitura adotará todos os meios legais para cumprimento integral do vínculo.
Mantendo espírito democrático e do diálogo, uma reunião entre as cooperativas, a Diastur e as secretarias municipais envolvidas está agendada para a próxima semana, com a finalidade de discutir a demanda”.
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