A paixão pela profissão de Kazuo Kuroda não diminuiu ao longo de seus 80 anos, muito pelo contrário. O major aposentado compartilha com o filho e os dois netos não só o amor paternal, mas também o de ser policial. A passagem da trajetória de geração em geração para seu Kazuo é um de seus maiores legados, um presente que pôde receber como pai e, ainda, em dose dupla como avô.
“Eu tenho alegria de deixar para eles um trabalho bom e consciente. Eu sei que eles sentem o que eu sinto”, relatou ele. Sua história nas forças policiais começou há quase 60 anos, em 1964, quando ingressou na Guarda Civil Municipal, órgão que precedeu a Polícia Militar de São Paulo. Durante os longos anos de serviços prestados à sociedade, ele também dividiu os valores da instituição com a família.
Seu filho, Celso Kuroda, de 51 anos, é tenente aposentado da Polícia Militar e decidiu seguir carreira trilhando os passos do pai, que sempre serviu de inspiração. “Ele é um exemplo de ser humano, de pai, de profissional, de sucesso”, disse Celso sobre o pai, relatando ter apreendido com ele princípios de honestidade e caráter.
O tenente, que desde criança frequentava os quartéis, relata que sempre soube o que queria ser. “Não me enxergo fazendo outra coisa, sempre amei a Polícia Militar e gostei daquilo que eu fiz. Sempre acordei motivado para proteger a sociedade”, contou. Na Polícia Militar, ele ingressou aos 18 anos de idade, logo quando a primeira oportunidade surgiu. Antes, aos 14, já havia iniciado sua jornada profissional sendo office boy, mas sempre soube que sua vocação era a carreira militar. Sua atuação na corporação durou até 2017, quando se aposentou.
Com o pai, seu Kazuo, Celso partilha o orgulho de ver os filhos também se tornarem policiais. Alan Akio Kuroda, de 29 anos, é tenente, e Victória Kuroda, de 21, é cadete da Polícia Militar. Para ele, que sempre replicou em casa o que aprendeu com o pai, ver ambos os filhos seguirem seus passos e, consequentemente, os do avô faz o “coração bater mais forte”.
“A preocupação aumenta porque são os filhos, mas as orações sempre são para a proteção deles. Eu tenho um imenso orgulho de eles seguirem na nossa profissão, o que sinto não cabe no peito de tanta emoção”, completou. Seu Kazuo, que teve a oportunidade de ver os netos exercendo a mesma profissão, diz que, mesmo na reserva, vai continuar exigindo honestidade. Antes, a cobrança era direcionada ao filho, mas agora, também é para os netos.
Alan ingressou na Polícia Militar em 2013. A primeira unidade em que atuou foi o 21º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), na Mooca, zona leste de São Paulo, onde hoje comanda um pelotão. Como seu pai, na infância, as visitas nos quartéis eram constantes, o que sempre o impressionava.
“Para mim, ser policial é a realização de um sonho. Poder servir e proteger e saber que meu serviço contribui para preservar a segurança pública é muito satisfatório e gratificante”, relatou ele, que também alegou carregar com muita responsabilidade a carreira que a família começou. “Meu avô e meu pai deixaram bons exemplos na profissão, amizades e um legado que carrega o nosso nome”, concluiu.
Já Victória, sua irmã, ingressou na carreira militar neste ano, ao entrar para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco. “Eu e meu irmão fomos criados a partir dos valores que meu pai propagava na profissão dele e desde cedo a gente sentia esse amor e esse amor pela carreira militar”, comentou ela.
“O que o Celso sente, eu também sentia e ainda sinto por conta dos meus, o legado é continuado”, relatou emocionado seu Kazuo. “Com muita alegria, eu desejo a todos da família da PM, a todos os pais, uma eterna felicidade”, finalizou.
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