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Ex-secretário de São Bernardo Admir Ferro é citado em gravações da polícia

Em relatório, Polícia Federal afirma que o ex-secretário pode ter favorecido a associação criminosa

  • Admir Ferro é citado em gravações, mas nega denúncia e vai procurar PF.
    Foto: Divulgação/Facebook
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 09/05/2018
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 Em relatório, Polícia Federal afirma que o ex-secretário pode ter favorecido a associação criminosa

Admir Ferro é citado em gravações, mas nega denúncia e vai procurar PF. Foto: Divulgação/Facebook

O relatório da Operação Prato Feito, deflagrada nesta quarta-feira (09/05) para desarticular cinco grupos criminosos que supostamente desviaram dinheiro destinado para merenda escolar de vários municípios do País, consta uma gravação feita em vigilância no Aeroporto de Congonhas, realizada no dia 21 de julho de 2016, em que o ex-secretário de Educação de São Bernardo Admir Ferro participaria do esquema.

No áudio, Valdomiro Coan, vulgo “Miro” (“M”) comenta aos outros investigados, em especial a Carlinhos (“C”), Fábio Favaretto e Carlos Roberto Maciel (CR) que manteve contratos com a Prefeitura de São Bernardo por 12 anos em razão de uma parceria com o ex-agente público Admir Ferro, que também foi vereador por seis mandatos consecutivos.

“Considerando que o contrato da empresa ERJ do Núcleo COAN prestava o serviço de merenda escolar era formalizado pela Secretaria da Educação de São Bernardo do Campo e Admir Ferro foi Secretário em diversas gestões municipais, é factível que esse ex-agente público favorecesse essa associação criminosa, especialmente levando-se em conta o direcionamento da licitação em 2012. O contrato poderia ter sido renovado até 2016. No entanto, por insistentes descumprimentos contratuais, houve rescisão administrativa em 2015, ao que assumiu a empresa Convida Convida Refeições, do Grupo Denadai. No mesmo encontro, Miro continua a externar seu poder de influência junto a agentes públicos da Prefeitura de São Bernardo naquela época (julho de 2016) e trama uma futura fraude licitatória em vista da iminência do vencimento do contrato de merenda escolar, que não poderia ser mais prorrogado após 02 de agosto de 2016”, relata a Polícia Federal na representação.

Outro lado

A assessoria de Admir Ferro emitiu nota em que contesta as acusações. “Em relação às citações ao nome de Admir Ferro na apuração sobre irregularidades na compra de merenda pela Prefeitura de São Bernardo, esclarecemos que trata-se de equívoco da investigação. O relatório da Polícia Federal leva em consideração “direcionamento da licitação em 2012”, quando Admir Ferro era vereador e não mais secretário de Educação, cargo que ocupou até 2008. Trata-se de contrato firmado pela então secretária Cleuza Repulho, na gestão do PT, da qual, aliás, Admir exerceu ferrenha oposição”, disse Ferro.

Sobre os diálogos constantes no relatório que citam Admir Ferro, a assessoria afirma que a são “conversas ininteligíveis, inconclusivas e confusas, que não o incriminam em absolutamente nada”.

E conclui dizendo que mesmo sem ser oficiado pela investigação, Admir Ferro vai procurar a Polícia Federal para esclarecer “os equívocos constantes no relatório”.