O estudo ‘Cidades Industriais Brasileiras: Emprego, renda e níveis de atividade no período 2002-2022’, produzido e lançado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP), aponta que, no momento atual, e considerando a soma das sete cidades, a região do Grande ABC ainda é o segundo maior “município industrial” do país em termos de emprego. Ao final de 2022, a região contava com quase 190 mil trabalhadores, distribuídos por pouco menos de 7 mil fábricas, representando 23% do emprego formal local.
Essa retomada da atividade industrial tem contribuído significativamente para os níveis mais elevados de crescimento econômico verificados no biênio 2023/2024. Além disso, o emprego industrial no país atingiu um novo patamar histórico, superando 8,7 milhões de postos de trabalho em 2024.
“O trabalho mostra o movimento oposto de dois períodos distintos: um de grande expansão da atividade e do emprego industrial entre 2002 e 2012, e outro de retração expressiva até 2021, afetando a maioria das principais cidades industriais brasileiras”, afirmou o coordenador da Subseção do DIEESE no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luís Paulo Bresciani.
No Grande ABC, houve forte crescimento do emprego industrial (26%), do salário médio na indústria (15%) e do valor adicionado (28%) entre 2002 e 2012. No entanto, o período foi seguido de uma significativa regressão da atividade, característica da economia nacional até 2021, marcando o curso das chamadas regiões maduras da indústria brasileira. Entre 2012 e 2021, a indústria do Grande ABC perdeu 59,8 mil postos de trabalho, resultando, em 2021, em 183,7 mil trabalhadores.
O estudo apresenta uma análise detalhada da trajetória da indústria de transformação brasileira, incluindo indicadores de emprego formal, remuneração média e valor adicionado bruto (VAB).
A indústria de transformação tem grande relevância no Brasil, com números que ressaltam essa importância. Ocupando a 14ª posição no ranking global de países mais industrializados, o setor representa 1,32% do valor total da produção industrial global e é responsável por 24% da arrecadação de impostos federais e dois terços dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, contribui diretamente com 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e gera 8,7 milhões de empregos diretos (15,4% do total).
“É fundamental estarmos atentos às transformações pelas quais o setor tem passado e aos impactos na vida dos trabalhadores. Estudos como este são essenciais para nossa luta por programas de formação profissional, fortalecimento da indústria e a construção de um setor industrial ecologicamente responsável, moderno, gerador de empregos de qualidade e capaz de colocar o Brasil como protagonista no mundo”, afirmou o presidente do Sindicato, Moisés Selerges.
O diagnóstico apresentado pelo estudo indica que o sucesso da Nova Indústria Brasil (NIB) também passa pela contribuição dessa política para o desenvolvimento das cidades industriais brasileiras, com apoio a esses municípios na modernização, reconversão industrial e adaptação às mudanças tecnológicas, além de atender às demandas de descarbonização impostas pela transição energética. Esse processo deve priorizar a geração de novos empregos, o aumento da renda e o fortalecimento do desenvolvimento local.
Acesse o estudo completo em:
https://smabc.org.br/wp-content/uploads/2024/12/Cidades-Industrias-Brasileiras-DIEESE-Final-Dez-24.pdf
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