Estado permite distribuição de remédios à base de canabidiol no SUS

Pacientes que fazem tratamento para as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para Esclerose Tuberosa serão os primeiros a terem acesso aos novos remédios

Governo de SP permite distribuição de remédios à base de canabidiol no SUS. Foto: Divulgação

O Governo de SP publicou nesta terça-feira (26/12) a regulamentação da lei que prevê o fornecimento de remédios à base de cannabis medicinal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Estado. De acordo a secretaria de estado da Saúde, pacientes que fazem tratamento para as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para Esclerose Tuberosa serão os primeiros a ter acesso aos novos fármacos.

A seleção foi realizada pela Comissão de Trabalho que analisa as evidências clínicas do uso dessas substâncias para o tratamento dos pacientes. Desde que foi implementado, em fevereiro, o comitê tem promovido e participado de encontros e eventos para construir um sólido protocolo clínico para a indicação e dispensação de medicamentos à base de cannabis medicinal.

“Fizemos extensa análise das informações existentes na literatura e encontramos evidências suficientes para que se possa recomendar para alguns pacientes portadores dessas três condições clínicas (síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para Esclerose Tuberosa) produtos derivados de cannabis, especificamente o canabidiol. Esses produtos fazem parte de um grupo de medicamentos já aprovados pela Anvisa. Esperamos que nos primeiros meses de 2024 nós já possamos beneficiar esse contingente de pacientes”, afirma José Luiz Gomes do Amaral, assessor técnico da secretaria estadual de Saúde e médico coordenador da Comissão técnica de regulamentação da lei 17.618.

Após essa primeira etapa, o Comitê segue avaliando a possibilidade da inclusão de novas patologias no rol de doenças que podem ser tratadas com esse tipo de medicação. Paralelamente, estão em curso as sessões públicas para a avaliação dos fornecedores desse tipo de insumo. A expectativa é que esse processo licitatório seja encerrado nas próximas semanas. O prazo para fornecimento desses itens independe de ação da SES, mas sim de questões administrativas e jurídicas inerentes ao processo dessa natureza.

- Publicidade -

A medida é de extrema importância para o Estado, pois minimiza os impactos financeiros da judicialização e, sobretudo, garante a segurança dos pacientes, considerando protocolos terapêuticos eficazes e aprovados pelas autoridades de Saúde. As ações judiciais impactam diretamente o orçamento público da saúde pública, privilegiando direitos individuais em detrimento das políticas públicas estabelecidas no SUS. Além disso, obrigam o Estado a fornecer produtos sem registro na Anvisa, delimitação de dose de segurança, evidência de eficácia, indicação terapêutica ou controle clínico do uso.

Share
Published by
Redação

Recent Posts

Ribeirão Pires abre consulta pública para revisão do Plano Diretor

Moradores de Ribeirão Pires poderão contribuir com sugestões para o futuro da cidade até 29…

1 hora ago

Naeca garante a evolução clínica de crianças e adolescentes de São Caetano

Ele é um dos pacientes atendidos no Naeca (Núcleo de Atenção Especializada à Criança e…

1 hora ago

Trabalhadores na Movent autorizam Sindicato a tomar medidas jurídicas para garantir direitos

Presidente do Sindicato, Moisés Selerges, criticou a administração da Movent e reforçou que a decisão…

1 hora ago

Grand Prix de Vôlei Sênior chega ao ABC com patrocínio da Ossel Esportes

Torneio pioneiro na região do ABC reúne 200 atletas em partidas adaptadas para a terceira…

1 hora ago

Professores da USCS dão dicas para um carnaval com saúde e segurança

Pensando nisso, reunimos aqui dicas fornecidas por professores da Universidade Municipal de São Caetano do…

2 horas ago

Com drone e nebulizador, São Bernardo reforça treinamento e estratégia contra a dengue

Capacitação reuniu quase 500 agentes de saúde da cidade, visando aperfeiçoar trabalho preventivo contra dengue;…

2 horas ago