Empresário de Sto.André é preso por fraudes e adulteração de combustível
Operação batizada de Arinna envolve Gaeco, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal
Operação batizada de Arinna envolve Gaeco, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal
Um empresário de Santo André foi preso nesta quarta-feira (21/10) acusado de comandar um esquema de adulteração de combustíveis e importação ilegal de compostos. São cumpridos vários mandados de busca e apreensão em sete estados. A ação batizada de Arinna envolve Gaeco, Receita e Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal.
A operação visa a desarticulação de uma organização criminosa que tinha um sofisticado processo de adulteração e sonegou R$ 538 milhões em tributos federais. São dois mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Rondônia e Rio Grande do Sul.
O empresário preso em Santo André é Ricardo de Oliveira, apontado como chefe do esquema. Ele foi preso em sua residência.
A polícia também prendeu André Luiz Riberio, sócio de uma das empresas, que estava em Campinas. Ele era o responsável pela importação de compostos derivados do petróleo usados para as adulterações.
Composto químico Arla 32
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal tem como finalidade desarticular organização criminosa especializada na adulteração de combustíveis e do composto químico Arla 32, um reagente utilizado para garantir maior eficiência com menor poluição ambiental em motores a diesel dos veículos fabricados a partir de 2012.
A utilização do Arla 32 reduz um dos poluente mais nocivos ao meio ambiente, o óxido de nitrogênio. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, desrespeitar os parâmetros de emissão resulta em infração grave, cabendo até mesmo a retenção do veículo. Segundo a investigação, o esquema consiste em fabricar o composto utilizando-se de ureia, normalmente usada para a fabricação de adubos e fertilizantes.
Essa prática, além dos danos ambientais, compromete os motores dos caminhões. Verificou-se também que a organização criminosa adquiri nafta sob a justificativa de que o produto seria destinado à fabricação de tintas e vernizes, mas na verdade os elementos de convicção colhidos até o momento indicam que o insumo estaria sendo desviado para misturar com gasolina. Com a utilização indevida da nafta, o grupo investigado teria sonegado tributos federas que, somados a multas aduaneiras aplicáveis ao caso, podem perfazem um montante de R$ 270 milhões. Os mandados estão sendo cumpridos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia, no Tocantins, em Rondônia e no Rio Grande do sul. A denominação da operação é uma alusão à deusa do Sol da civilização hitita.