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Em S.Bernardo, mãe usou bateria de carro para manter filha respirando durante apagão

Heloísa tem uma doença genética rara, e depende de energia elétrica 24 horas por dia para o suporte de vida montado em casa funcionar

  • Mãe usou bateria de carro para manter filha respirando durante apagão.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 15/10/2024
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Heloísa tem uma doença genética rara, e depende de energia elétrica 24 horas por dia para o suporte de vida montado em casa funcionar

mãe e filha deficiente

Mãe usou bateria de carro para manter filha respirando durante apagão. Foto: Divulgação

A tempestade da última sexta-feira (11/10) atingiu todo o estado de São Paulo, provocando apagões em várias cidades. Em São Bernardo do Campo, após ficar sem energia no bairro Vila Santa Luzia, a comerciante Luciana Nietto, de 47 anos, teve que improvisar para manter sua filha Heloísa, de 18 anos, respirando. Heloísa tem AME (Atrofia Muscular Espinhal), uma doença genética rara, e depende de energia elétrica 24 horas por dia para o suporte de vida montado em casa funcionar. Foram 40 horas sem energia na residência.

Durante a queda de energia, Luciana percebeu que o nobreak (fonte de energia externa) que alimentava o respirador começou a falhar e tentou contato com a Enel. Sem sucesso no atendimento, ela recorreu a soluções improvisadas: primeiro, conectou o respirador a um adaptador no carro, utilizando a bateria do veículo e cinco extensões de energia. Depois, com a ajuda de um vizinho, levou o nobreak até uma casa próxima que já tinha energia para recarregá-lo.

Além disso, outros problemas surgiram. Heloísa depende de um cilindro de oxigênio que ficou no limite, deixando a mãe preocupada. A base aquecida, essencial para fluidificar a secreção traqueal da filha, também parou de funcionar, fazendo com que a secreção ficasse espessa. A medicação de alto custo, que precisava de refrigeração, foi perdida durante o apagão.

Contato com a Enel

Luciana tentou várias vezes contato com a concessionária, mas, mesmo com a classificação de Heloísa como cliente prioritária, a energia não foi restabelecida até a tarde de sábado (12). A Enel chegou a sugerir que a mãe levasse Heloísa ao hospital, mas isso não foi possível, já que o sinal de celular estava fora do ar, impossibilitando chamar uma ambulância.

A situação só mudou quando um vídeo de Heloísa conectada ao respirador pelo carro viralizou nas redes sociais. Rapidamente, a Enel entrou em contato e enviou técnicos no domingo (13), que trouxeram um gerador para resolver o problema temporariamente. A energia foi restabelecida na manhã do mesmo dia, e Luciana tranquilizou amigos pelas redes sociais.