Diadema ganha Polo Regional da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem do Ciesp/Fiesp
Arbitragem pode encurtar em até três anos tempo para solução de litígios complexos, diz Lilian Bertolani, secretária geral do órgão
Arbitragem pode encurtar em até três anos tempo para solução de litígios complexos, diz Lilian Bertolani, secretária geral do órgão
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) inaugurou na manhã desta quarta (27/09) o Polo Regional da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem Ciesp/Fiesp de Diadema, no ABCD Paulista. O novo polo é um dos primeiros do estado. Das 42 regionais do Ciesp, apenas quatro já possuem representação local da instituição: Campinas, Jundiaí, São José dos Campos e São José do Rio Preto.
A Câmara
A Câmara funciona como uma espécie de justiça privada, em que os trâmites ganham agilidade. A instituição atende tanto empresas quanto o serviço público.
De acordo com a secretária geral da Câmara, Lilian Bertolani, no caso da Arbitragem, por exemplo, o tempo médio de tramitação dos processos mais complexos, com necessidade de perícia, varia de 18 a 24 meses. Já na Justiça Comum, esse prazo é de 62 meses em média, ou seja, três anos a mais.
Ela ressalta que a rapidez nas decisões ainda poupa recursos financeiros, pois o dinheiro parado ao longo do tempo das ações na Justiça Comum faz toda a diferença para o industrial e para as empresas de forma geral.
Segundo ela, ainda é importante destacar que todas as decisões da Câmara têm peso equivalente às de uma sentença proferida na Justiça Comum.
De acordo com Bertolani, a arbitragem, a medição e o disput board (veja explicação abaixo) são ferramentas de gestão de risco contratual que maximizam a produtividade dos negócios. Ela explica que estes métodos devem ser avaliados no momento de elaboração do contrato.
“A arbitragem é uma ferramenta muito mais célere, mas não é só sobre ser célere, é sobre ter uma decisão justa e especializada para a matéria que está sendo discutida.”
Descentralização
O presidente do Ciesp, Rafael Cervone, defende a descentralização das ações do Ciesp. Para ele, a Câmara permite que as empresas operem com maior previsibilidade jurídica.
“A vida real acontece na ponta, então é importante que a gente leve às nossas diretorias regionais essas ferramentas. Nós temos que descentralizar o Ciesp cada vez mais. Isso está no nosso plano estratégico e no desejo das Indústrias. O polo oferece ferramentas importantes, que ajudam as empresas, dão previsibilidade, segurança jurídica e também ajudam o poder público para a áreas onde há investimentos. Cláusulas que preveem disput boards, por exemplo, podem fazer toda a diferença e reduzir ou minimizar atrasos nas obras de infraestrutura do Brasil. Eu tenho certeza que Diadema, como região estratégica que é para o Ciesp, vai trabalhar para ajudar cada vez mais os nossos associados”, disse Cervone.
Para Anuar Dequech, diretor titular do Ciesp Diadema, a vinda do Polo vai ajudar as empresas da região num momento de muitas inseguranças jurídicas. “Hoje em dia, com a situação jurídica que nós passamos no Brasil, o Polo é um ponto muito estratégico para poder resolver esses problemas. Então, estamos aqui dando essa oportunidade para promover proximidade e soluções mais rápidas para as empresas”, disse Dequech.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Diadema, Marcelo Strama, a criação do polo ajuda as empresas a terem um ambiente com mais segurança jurídica.
“Segurança jurídica é fundamental para criar um ambiente mais favorável para os negócios”, disse Strama.
Entenda as ferramentas da Câmara
Mediação e Conciliação
métodos consensuais em que as partes decidem juntas qual a melhor solução
Arbitragem
método em que as partes escolhem um árbitro e mais dois auxiliares. Eles precisam ser especialista no tema e vão tomar uma decisão a respeito de um litígio
Disput board
uma cláusula contratual estipula a criação de um comitê de especialistas indicados para a acompanhar o andamento de uma obra a fim de prevenir divergências futuras. Podem ser engenheiros, por exemplo.