
“Se eu vendesse esse quibe na praia, ficaria rico!” A frase do seu Joaquim, que ecoou uma vida inteira pela família Gamba, mais precisamente por três gerações, finalmente saiu do campo das ideias para virar realidade fresquinha em 2025 através das mãos e corações da filha, da neta e do genro.
Claro, com roupagem moderna e ares de século XXI, a praia deu lugar ao delivery e ninguém está pensando muito em ficar rico, mas os famosos e suculentos quibes do seu Joaquim tornaram-se os protagonistas do Quibequim, que já se consolida como marca materializada pela segunda e terceira gerações da família.
A receita, na verdade, foi ensinada para a mãe do seu Joaquim, filha adotiva de uma família de árabes no Brasil. “Minha avó, a mãe do meu pai, aprendeu toda essa culinária – quibe, charuto, tabule – por conta de ter sido criada por essa família e meu pai aprendeu com ela. Então, ele sempre fazia quibe em casa para a nossa família junto com a minha mãe”, conta Fátima Cristina Simon Gamba, 60 anos, a filha do seu Joaquim e de Lylia Simon Gamba, que hoje aos 90 anos assiste orgulhosa à delícia, que era exclusiva da família, virar produto e ganhar o mercado alimentício.
Vem do seu Joaquim, o Quim homenageado pelo sufixo do Quibequim, a excelência no preparo dos quibes com detalhes como usar o trigo certo e deixá-lo de molho com bastante água. “Muita gente joga água quente para hidratar o trigo. Ele não! Falava que o trigo tinha que ficar de molho com bastante água e ir trocando. Não nos deixava comprar esses de pacote fechado e tinha que ser de um lugar mais artesanal, não tão industrializado. A carne moída tem que ser freca”, diz Fátima.
Falecido em 2021, ele não assistiu em vida à quase profecia virar realidade, mas a família sente a presença do seu Joaquim em cada detalhe da produção. A máquina de moer carne que era dele há virou relíquia e foi aposentada, mas as produções se iniciaram com ela.
Hoje, a família já estabeleceu uma mini linha de produção onde a Fátima produz os quibes, a filha Thalita Gamba Teixeira é responsável pela parte administrativa, marketing e identidade visual e o marido da Fátima, Carlos Alberto de Sá é quem faz as compras e entregas. A dona Lylia permanece no controle de qualidade.
Presente e futuro
A ideia de vender os quibes começou com a insatisfação da Fátima de ficar “parada” durante sua aposentadoria. Os feedbacks positivos dos amigos que foram presenteados com os quibes também contribuíram com o pontapé inicial do empreendimento. Agora, o boca a boca dos clientes tem expandido a marca e os pedidos crescem a cada semana.
O cardápio já ganhou a versão vegetariana com abóbora substituindo a carne e deve avançar em breve para outros produtos.
Em pouco tempo de negócio, o Quibequim tem recebido encomendas de quibes especiais para festas e até um café interessado em revender em formato mini. “O importante é que estamos nos divertindo e temos foco todos os dias”, comemora Fátima. O céu é o limite para a família do seu Joaquim que assiste, de lá, aos quibes ganhando o ABC e o mundo.
Pode-se saber mais sobre o Quibequim através das redes sociais @quibequim (Instagram) ou Quibe Quim no Facebook. As encomendas podem ser feitas por direct ou mensagem.
