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‘Cortina de fumaça’: Orlando Morando comenta sobre a PEC 6 x 1

Orlando Morando apresentou uma visão  sobre o tema, apontando possíveis motivações e impactos econômicos

  • 'Cortina de fumaça': Orlando Morando comenta sobre a PEC 6 x 1.
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  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 13/11/2024
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Orlando Morando apresentou uma visão  sobre o tema, apontando possíveis motivações e impactos econômicos

Orlando Morando

‘Cortina de fumaça’: Orlando Morando comenta sobre a PEC 6 x 1. Foto:

Na manhã desta quarta-feira (13/11), durante o Feirão do Emprego em São Bernardo, realizado no Ginásio Poliesportivo, o prefeito Orlando Morando foi questionado pela imprensa sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da escala de trabalho 6×1. Em sua resposta, Morando apresentou uma visão  sobre o tema, apontando possíveis motivações e impactos econômicos.

“Esse assunto não é novo, esse assunto vira e mexe. Hoje eu vejo mais como uma cortina de fumaça do governo federal, porque obviamente é uma pauta a ser verdadeiramente querendo ser aprovada e discutida com a sociedade. Quando você vê essa PEC surgir, você vê que o ajuste fiscal que tem que ser feito perde um pouco a notícia, né? Já tá duas semanas pra eles anunciarem os códigos do gasto público que não aparece, que na minha opinião é o mais importante nesse momento”, afirmou Morando.

O prefeito destacou outras preocupações, mencionando a questão das apostas online como um problema que drena recursos da economia. “Um outro tema que preocupa muito todos os setores, até porque tá drenando o dinheiro da economia, é as chamadas ‘bets’, que também somem. Quando você vê entrar esse assunto aí da PEC, parece muito mais que o Congresso, eu não posso dizer que foi o governo, mas eu já vi atores importantes do governo se manifestarem, é muito mais para encobrir a ineficiência do governo do que propriamente querer tirar um dia da carga do trabalho de um trabalhador brasileiro.”

Morando também destacou o impacto econômico da proposta e a necessidade de uma análise cuidadosa. “Primeiro, alguém aqui em sã consciência acha que alguém vai ser contra reduzir um dia de trabalho? Ninguém. Todo mundo queria trabalhar um dia a menos, mas eu acho que é um tema que precisa ser muito bem avaliado. Neste momento, eu vejo mais como uma cortina de fumaça para esconder aquilo que o governo federal não deveria estar escondendo, ou pelo menos estar soltinho.”

Ele alertou que aprovar uma mudança dessa magnitude sem uma análise detalhada pode ter consequências negativas para a economia. “Simplesmente aprova uma lei e fala que todo mundo vai descansar um dia a mais, isso vai impactar na economia do país de maneira transversal. Muito estranhamente esse assunto vira pauta exatamente quando o governo deveria ter duas outras prioridades, que é o ajuste fiscal e as bets, que pra mim, neste momento, é um câncer da economia, principalmente no trabalhador mais humilde.”

Por fim, o prefeito fez uma comparação sobre as prioridades econômicas do país. “É tanta hipocrisia, país que proibiu o bingo, não tô aqui fazendo afirmação de nada, tá? Eu acho que é assim, aquilo que gera desenvolvimento, eu sempre disse que eu não tenho vergonha de copiar o que dá certo. Países ricos têm cassino. Estados Unidos tem cassino, Dubai tem cassino, o que gera milhares de empregos. O Brasil não permite cassino, o Brasil não permite bingo, mas o Brasil permite que o cara fique jogando o dia inteiro no celular e aí você pega relatos… Pessoas que já perderam o carro, perderam casa. É um dreno na economia. Os números eram de 100 bilhões que as bets iam faturar. Já estão falando em 200 bilhões. Só pra vocês terem uma ideia, o maior varejista de alimentos do Brasil, que é o Atacadão, tem uma estimativa de faturar 100 bilhões no ano. É como se tivessem criado duas grandes redes varejistas, só que pra onde tá indo esse dinheiro que tá sendo tirado da sociedade?”, concluiu Morando.

Deputados

Alex Manente, Marangoni e Vicentinho

Deputados apresentam opinião sobre PEC 6 x 1. Fotos: Divulgação

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a escala 6×1 e reduzir a jornada de trabalho semanal para até 36 horas continua gerando discussões. Apresentada por Erika Hilton (PSOL-SP), a proposta busca promover melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, mas enfrenta críticas do setor empresarial sobre possíveis impactos econômicos.

Entre os deputados federais do ABC, Alex Manente (Cidadania-SP) se posicionou afirmando: “Eu sou contra a escala 6×1, mas não existe canetada que resolva um problema complexo como a modernização das relações trabalhistas. Contem comigo para continuar trabalhando por mais qualidade de vida para os trabalhadores brasileiros”.

Vicentinho (PT-SP) expressou seu apoio: “Sempre defendi a redução da jornada de trabalho! Apoio a jornada de 36h e o fim da escala 6×1. Pelo direito à dignidade!”.

A assessoria de Fernando Marangoni (União Brasil-SP) informou que o deputado está em missão oficial e ainda não pôde se pronunciar sobre o assunto.

A PEC, com 134 das 171 assinaturas necessárias, precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação para ser aprovada.