
O desaparecimento de Kaique Ferrarezi Simões, de 30 anos, que teve início com um sequestro no saguão de um hotel em Mauá, ganhou um desfecho trágico e brutal nesta quinta-feira (12/06). O corpo do jovem foi encontrado boiando nas águas da Represa Billings, em Ribeirão Pires, com claros sinais de tortura, conforme detalhado no boletim de ocorrência policial.
O alerta veio por volta das 19h, quando um pescador avistou o corpo nas proximidades da Ponte Light, no bairro Represa. A Guarda Civil Municipal (GCM) de Ribeirão Pires foi acionada e, ao chegar ao local, confirmou a presença do cadáver. O Corpo de Bombeiros foi chamado para a remoção e, ao retirar o corpo da água, foi possível constatar a gravidade das lesões e o modo como Kaique foi encontrado: com os pés, mãos e pescoço amarrados, e a boca aparentemente amordaçada. Os sinais indicam que a vítima foi submetida a tortura antes de morrer.
O reconhecimento do corpo foi feito no próprio local pelo pai da vítima, Marcelo Simões, que confirmou a identidade de Kaique Ferrarezi Simões. O sequestro de Kaique havia sido registrado na Delegacia de Polícia de Mauá no dia 8 de junho de 2025.

Sequestro em Hotel e Prisão da Suspeita
As investigações preliminares apontam que Kaique foi levado à força do saguão do Hotel Xangai, na Rua Ione, Centro de Mauá, na manhã do último domingo. Câmeras de segurança registraram o momento em que um casal abordou Kaique, e um homem, supostamente armado com uma barra, o forçou a entrar em um veículo Celta preto.
A Polícia Civil rapidamente identificou o casal responsável pelo sequestro como Shirley Moratto Garcia, de 40 anos, e Renato do Nascimento Meira, que segue foragido. Shirley foi presa em flagrante e, em depoimento, alegou que a motivação do sequestro seria uma dívida que Kaique tinha com ela. A suspeita ainda tentou justificar que Kaique teria conseguido pular do carro em movimento após uma briga com Renato, uma versão que agora será confrontada com as evidências da tortura e do óbito.
Segundo a Polícia Civil, Kaíque havia deixado recentemente a casa onde morava com a companheira, após determinação judicial de medida protetiva. O celular dela foi apreendido.
Desdobramentos e Investigação
O local onde o corpo foi encontrado em Ribeirão Pires foi periciado pelo Instituto de Criminalística de Santo André. O delegado de polícia Fábio Martelli e o investigador Claudinei Azevedo Martins, ambos da Delegacia de Polícia de Ribeirão Pires, acompanharam a ocorrência, assim como policiais civis do Grupo Antissequestro da Delegacia Seccional de Polícia de Santo André.
O corpo de Kaique Ferrarezi Simões foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Santo André para exames necroscópico e toxicológico, que deverão fornecer mais detalhes sobre a causa do óbito e as circunstâncias da tortura. O caso foi agora encaminhado à Delegacia de Polícia Sede de Mauá, sob a responsabilidade do Grupo Antissequestro, que dará continuidade às investigações para esclarecer todos os fatos e prender os envolvidos.
A GCM de Ribeirão Pires, com apoio da GCM de Rio Grande da Serra, que já estava auxiliando nas buscas pelo desaparecido, ressaltou a importância da denúncia do pescador para a localização do corpo e o avanço da investigação.