Quase metade dos moradores do Grande ABC (46%) apresentou queda na renda familiar após as medidas de isolamento social adotadas no combate ao novo coronavírus. Para 10%, os rendimentos caíram à metade, segundo pesquisa sobre Impactos da Covid-19 na Economia Regional aplicada na primeira quinzena de abril pela Universidade Metodista de São Paulo.
Um dos efeitos mais severos sobre a atividade produtiva detectado pelo levantamento é a previsão de que a taxa de desemprego na região aumentou pelo menos 2 pontos percentuais em poucas semanas. Dos 551 entrevistados, 2,5% dos que estavam economicamente ativos afirmaram que perderam o emprego após iniciar a quarentena.
Salários em atraso
Outro fato importante captado pela pesquisa é que 20,8% dos trabalhadores com carteira assinada estão enfrentando problemas com atraso de salários. Como consequência, pelo menos um terço das famílias apresentam contas em atraso. Para 4,5%, os atrasos se agravaram com a crise provocada pelo isolamento imposto pelo coronavírus e para 22,3% das famílias o atual contexto levou à necessidade de atrasar compromissos financeiros.
“As ações de distanciamento social diminuem a atividade econômica e consequentemente a riqueza e a renda geradas, resultando em um empobrecimento da sociedade. Isso tende a se mostrar mais grave em especial nas camadas mais vulneráveis da população, embora todos devam ser atingidos em maior ou menor grau”, avalia o pesquisador do Observatório Econômico e professor no curso de Ciências Econômicas da Metodista, Sandro Maskio.
O levantamento vai continuar avaliando quinzenalmente os impactos regionais do momento sem precedentes vivido no mundo. Na primeira edição, 54,4% dos que revelaram que permanecem em atividade no ABCD paulista passaram a trabalhar em home-office e 14,1% passaram a exercer ao menos uma parcela da jornada de trabalho em casa. Dois-terços (65,5%) das famílias entrevistadas nos sete municípios que compõem a região declararam renda entre 2 e 10 salários mínimos mensais.
A maior parte da amostra (51,1%) está empregada com carteira assinada, seguida de funcionários públicos (15,4%), autônomos (13,4%) e os que estão trabalhando sem registro em carteira (12,1%).
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