Com pandemia, S.Caetano prevê perda de R$ 129,5 milhões na arrecadação
Ajuste fiscal em anos anteriores permitiu à Prefeitura adotar várias medidas de combate ao coronavírus
Ajuste fiscal em anos anteriores permitiu à Prefeitura adotar várias medidas de combate ao coronavírus
A Prefeitura de São Caetano informou que apesar da expectativa de perda arrecadatória da ordem de R$ 129,5 milhões, o governo tem adotado medidas graças ao cenário de superávit conquistado nos últimos três anos.
“Foi um início difícil, com esforço e ajustes fiscais criando fôlego para que investimentos começassem a aparecer no terceiro ano de nosso mandato”, explica o prefeito José Auricchio Junior.
Os dois primeiros anos da gestão, 2017 e 2018, foram de estruturação e organização de ações estratégicas, que envolviam obras e investimentos em todas as áreas, projetando um cenário mais favorável para os próximos anos. Mas, ninguém contava com uma pandemia que assolaria o mundo.
“Chegamos ao enfrentamento desta pandemia com fôlego, que não seria suficiente, mas nos deu chance de agir rápido”, destaca o secretário da Fazenda, Jefferson Cirne da Costa.
A conta não fecha, os repasses estaduais e federais, que juntos somam R$ 5,4 milhões, e a expectativa da chegada de mais R$ 22 milhões do Governo Federal dissolvidos em quatro parcelas, estão bem abaixo dos investimentos crescentes em diversas áreas, principalmente Saúde, onde houve incremento de R$ 42,3 milhões. “Ninguém estava preparado para um contratempo desta magnitude. Não havia previsão orçamentária para desenvolver tantas ações que estão sendo necessárias”, explica Jefferson.
Com todas as adversidades, a resposta de São Caetano foi rápida. Com o primeiro caso confirmado no Brasil, em 26 de fevereiro, a cidade rapidamente reuniu médicos, enfermeiros, agentes de saúde e vigilância sanitária na criação de um Comitê de Emergência e Combate ao Coronavírus para planejar e pautar decisões para a gestão da crise.
No dia 13 de março, o primeiro caso foi confirmado no ABCD. Este foi o último dia de atividades nos cinco centros da terceira idade, afinal São Caetano, a cidade com maior índice de longevidade do país e 24% da população idosa, precisava preservar o maior grupo de risco da doença.
Em 15 de março, o primeiro caso se confirmou na cidade e, imediatamente, servidores com mais de 60 anos ou comorbidades passaram a desenvolver suas atividades em home office; os eventos de inaugurações e com aglomeração de pessoas foram suspensos e, gradativamente, teve início o isolamento social com a interrupção do funcionamento de parques, serviços como o Atende Fácil, suspensão de aulas, fechamento do comércio não essencial, entre outras ações.
“Sabíamos que o apelo para que as pessoas ficassem em casa seria difícil, para uma parcela da população que depende de um aporte para se manter”, ressalta Auricchio. As ações sociais representaram boa parte dos investimentos nas ações de combate à pandemia. Foram distribuídos 10 mil kits de limpeza, 2,5 mil cestas e 172 famílias atendidas com cotas de leite em pó. Para a rede de ensino foram distribuídas 2 mil cestas complementares e 22 mil Cartões Merenda Escolar. Máscaras foram confeccionadas por voluntárias do Fundo Social e distribuídas por toda cidade; até o momento, mais de 76 mil munícipes já receberam.
Na Saúde, houve a aquisição de um tomógrafo exclusivo para atender pacientes com sintomas da covid 19, além da criação do Disque Coronavírus, que já realizou 3.379 atendimentos, a testagem em massa, realizada em mais de 10,3 mil pessoas de diversos segmentos. Os 600 profissionais de Saúde, que estão na linha de frente, foram beneficiados com investimento de R$ 3 milhões em gratificações. “Além de todo esse investimento, ainda há um esforço muito grande na manutenção de todas as áreas e preservação no nível de serviços oferecidos pelo município”, finaliza Auricchio.