Com alta de 6% em um ano, gatos lideram crescimento de animais de estimação

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No Dia Internacional dedicado aos felinos veja curiosidades e dicas para quem tem ou deseja ter um bichano para chamar de seu

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Gatos são pets que atraem cada vez mais o coração dos tutores. Foto: Pixabay

A população de pets felinos já ultrapassa os 24,7 milhões no Brasil. Rumo à liderança no universo dos animais de estimação, o número de gatinhos nos lares brasileiros registrou aumento de 6% entre 2020 e 2021, o maior entre as espécies no período e o mais alto desde o início do levantamento, que começou em 2018. Os dados pertencem ao censo pet do Instituto Pet Brasil, e eleva os gatinhos à categoria dos bichinhos que mais atraem o coração dos tutores.

Nesta segunda-feira (8/08), quando é comemorado o Dia Internacional do Gato, os bichanos somam estatísticas favoráveis rumo à verdadeira DMF (Dominação Mundial Felina), brincadeira pra lá de criativa lançada pelas humanas Amanda Nori e Stéfani Guimarães, as tutoras por trás do CEO Chico, gatinho sucesso da internet que atrai milhares de seguidores e, principalmente, consumidores.

Após o “pulo do gato”, quando tudo ainda era mato nas redes sociais e pouquíssimas pessoas davam voz aos pets, as meninas lançaram a marca Cansei de Ser Gato, encabeçada pelo Chico e mais uma familinha de outros três tigradinhos. Com podcast exclusivo no serviço de streaming de áudio Spotify, Facebook, Instagram, site e blog, o público já ultrapassa 2 milhões de seguidores.

Hoje, com contrato exclusivo para vender os produtos na rede Petz de petshops, a marca lançou no último final de semana uma loja física própria em São Paulo (rua Augusta, 243) e na vibe do céu é o limite, já pensa em ampliar para outros estados e quem sabe expandir para franquias. A marca vende desde caminhas e casinhas para os bichanos até pratinhos, catnip (a erva do gato), brinquedos e produtos pensados para humanos como canecas, adesivos, cadernos, agendas, entre outros. Já existe um livro editado e mais um deve ser lançado em breve.

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A marca Cansei de ser Gato lançou no último fim de semana uma loja física própria em São Paulo. Foto: Juliana Finardi

Surfando fácil na crista da onda dos catlovers, as meninas seguem rumo à verdadeira dominação mundial felina, como diria o Chico. Em um recorte exclusivo por regiões em pesquisa encomendada pela marca Royal Canin, os dados mostram que no Sudeste brasileiro, 94% dos tutores afirmam que seus pets fazem parte de suas famílias. A região é a segunda com maior população de gatos no país, atrás apenas do Norte.

A pesquisa também desenhou o perfil do tutor padrão: 73,5% possuem um ou dois gatos, 53,4% consideram cuidar de gatos mais fácil do que de outros animais, 74,6% cuidam sozinho ou dividem a responsabilidade com uma pessoa e 83% adotaram seus gatos.

“Essa nova pesquisa revelou que ainda muitos tutores no Brasil não levam seus gatos para check-ups regulares e sabemos que felinos não demonstram sinais quando algo não vai bem. Por isso, à medida que o número de bichanos aumenta nos lares brasileiros, nossa necessidade de dialogar com gateiros cresce, já que nossa missão é promover ‘Saúde Através da Nutrição’ aos pets. Por isso, a campanha ‘Meu Gato no Vet’ está em sua quarta edição, fomentando conhecimento sobre felinos com uma websérie exclusiva e gratuita, disponível em nosso site, além de muitos outros conteúdos para Médicos-Veterinários e tutores”, conta Carlos Martella, Diretor de Marketing da Royal Canin Brasil.

Fama de independência

Que os gatos são pets que atraem cada vez mais o coração dos tutores não é segredo para ninguém.  A fama de independentes, fáceis de cuidar e adaptáveis a diferentes espaços atrai a preferência de pessoas que querem ter um pet, mas passam boa parte do tempo fora de casa.

E quem tem gato pode confirmar: os bichanos conquistam cada dia mais os humanos. São uma excelente companhia para quem deseja conviver com um pet fascinante e divertido. No entanto, necessitam dedicação e atenção permanente com sua saúde e bem-estar.

“Quem está interessado em ter um gato em seu lar, deve ter em mente que é um compromisso para toda a vida. Os animais sentem dor, medo, saudade, alegria e tristeza, são parte da família e precisam de amor e cuidados”, afirma Flavio Silva, veterinário e supervisor de capacitação técnico-científica da Premier Pet.

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Bichanos conquistam cada dia mais os humanos. Foto: Pixabay

Bichanos domesticados há 10 mil anos

Assim como todos os felinos, os gatos que conhecemos hoje descendem de um mamífero predador chamado miacis, que habitou nosso planeta durante o Período Paleoceno, há cerca de 55 milhões de anos. Acredita-se que a domesticação desses bichos deve ter se iniciado por volta de 10 mil anos atrás, na região do atual Oriente Médio.

Os gatos, muitas vezes, são cercados de estigmas e mistérios. No Egito Antigo, por exemplo, eles eram adorados e considerados animais que traziam sorte. Bastet, a deusa egípcia da fertilidade, da reprodução, da música, da dança e do amor era representada com um cetro e uma cabeça de gato.

Quando o gatinho de um faraó falecia, era mumificado e enterrado junto ao dono nos famosos sarcófagos, para que continuasse trazendo sorte após a morte dos soberanos. Era comum até que os integrantes de uma família tutora de um gato que falecia raspassem as sobrancelhas, ficando de luto durante um período, até que os pelos da sobrancelha voltassem a crescer.

Mas apesar de adoráveis, os gatos ainda carregam alguns estigmas. “Isso se deve muito por conta de os gatos pretos serem associados a aspectos negativos e terem sido perseguidos na antiguidade, de serem muito independentes – ao contrário dos cães -, além de parecerem não estar nem aí para os donos. Mas os gatos podem ser muito amorosos e companheiros e demonstram de diversas formas seu carinho pelos humanos”, afirma o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Rafael Abreu.

Leia, a seguir, 11 curiosidades e dicas dos especialistas da Faculdade Anhanguera e da Premier Pet sobre os bichanos que tanto encantam os lares brasileiros:

  1. Por que se lambem?

Uma das características mais marcantes e que faz dos gatos animais extremamente higiênicos são as lambidas – lambem inclusive outros gatos que moram na casa. Eles passam boa parte do tempo em que estão acordados se lambendo, e podem vomitar as famosas bolas de pelo até quatro vezes por mês, o que é considerado normal. “Não é recomendado dar banhos nos gatos, a não ser que haja indicação do veterinário por conta de algum problema de saúde. Além disso, a água tira hormônios naturais da pele e do pelo dos gatinhos, o que pode deixá-los bastante perdidos e irritados. Mas também é preciso atenção: lambidas em excesso podem significar estresse”, diz Abreu.

  1. Por que escondem as fezes?

Os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão final sobre essa pergunta, mas é bem possível que seja um comportamento que os gatos carregam desde que eram selvagens, de antes da domesticação. Ao enterrar as fezes, os gatos evitam que o cheiro seja sentido por outros predadores. Mas pode acontecer também do gato não esconder as fezes e deixá-las visíveis, o que é interpretado como um sinal de que o gato quer marcar aquele território.

  1. Por que “amassam pãozinho”?

Os gatos filhotes “afofam” ou “amassam o pãozinho” (um movimento de vai e vem com as patas dianteiras) na barriga da mãe, como forma de dizer que estão com fome ou que querem dormir. “Muitos gatos levam esse comportamento até a vida adulta, e geralmente fazem isso próximo de alguém que gostam muito ou por quem têm afeição, na maioria das vezes, antes de dormir”, explica o professor da Anhanguera.

  1. Por que “ronronam”

Aquele “barulho de motorzinho” quer dizer que o gato está em um momento relaxado, ou que gosta do dono. O ronronar é provocado pela contração e dilatação da glote, na região da laringe dos gatos, que, ao se movimentar, produz o barulho. Ronronares muito altos podem indicar que o gato está estressado.

  1. Por que dormem tanto?

Assim como o hábito de esconder as fezes, o hábito de dormir durante o dia e de caçar durante a noite vem da época em que eram selvagens. Os gatos são orientados para a caça noturna e podem dormir dois terços do dia, de 12 a 16 horas. É um comportamento perfeitamente normal e está presente em todas as raças.

  1. Por que comem tanto?

Quem é tutor de gato sabe que eles amam comer e costumam dividir sua rotina entre dormir, se lamber e se alimentar. Mas apesar de ser um comportamento normal, o hábito de comer várias vezes durante o dia pode indicar algum problema. Gatos que passam muito tempo sozinhos ou que não têm ambientação adequada ou espaço para brincar podem tornar-se compulsivos por comida, inclusive como uma forma de chamar atenção do tutor. O ideal é oferecer comida ao animal duas vezes por dia, pela manhã e à noite. A comida em excesso pode indicar problemas de saúde e acarretar obesidade. O tutor precisa ser firme e não ceder aos miados e pedidos do animal, oferecendo comida suficiente.

  1. Castração é essencial

A castração traz muitos benefícios para a vida do pet. Aumenta a expectativa de vida, elimina os cios e a reprodução indesejada, reduz a probabilidade de doenças no sistema reprodutor e ainda torna o comportamento do felino mais amistoso com outros pets e humanos. Com a castração, eles podem parecer mais preguiçosos, por isso é muito importante uma alimentação adequada para evitar que ganhem peso. O tutor deve consultar um médico-veterinário para saber qual o momento certo de castrar.

  1. Lugar de gato é em casa

As famosas “saidinhas” são um verdadeiro perigo para os gatos. Ao ter contato com outros animais, o pet pode contrair várias doenças, não achar o caminho de volta para casa e, no caso das fêmeas não castradas, engravidar. Uma boa opção para os tutores é investir em um enriquecimento ambiental com arranhadores e brinquedos, por exemplo, para deixar o local em que o animal vive cada vez mais interessante. Não se esqueça que o lugar mais seguro para o melhor amigo é o seu lar.

  1. Alimentação de alta qualidade

Gatos são carnívoros estritos, por isso um alimento à base de proteína animal é fundamental para o desenvolvimento muscular, de pele e pelos, além do bom funcionamento e harmonia fisiológica. A alimentação também deve levar em conta o estilo de vida do gato, faixa etária, se o animal é ou não castrado e se tem alguma doença. Os alimentos de alta qualidade e nas quantidades certas proporcionam uma boa nutrição ao longo de toda a vida.

  1. Vacinação em dia

A saúde do felino também deve ser levada em conta. Assim como os humanos, os animais de estimação também estão sujeitos a doenças e podem ser protegidos com vacinas e vermífugos. A polivalente e a antirrábica são as principais vacinas e devem ser aplicadas nos gatos, independentemente da idade ou perfil. Porém, alguns pets podem precisar de outras vacinas, dependendo do comportamento e do local onde vivem. Consulte sempre o médico-veterinário.

  1. Espaço adequado e acolhedor

Os animais devem ter um espaço adequado, com abrigo do sol, da chuva e do vento, uma cama quentinha e muito amor. As janelas sempre devem ser teladas. É importante que o local tenha portões e redes de proteção, mas o gato não deve ser preso com correntes, cordas ou similares. Se houver mais pets convivendo na casa, todos devem ter a mesma atenção, mantendo uma convivência em espaço adequado, com acessórios individualizados (caixa de areia, comedouro, bebedouro etc).

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Os gatos, muitas vezes, são cercados de estigmas e mistérios. Foto: Pixabay

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