Política

CNN Séries Originais lança episódios com caso de Saul Klein

Emissora exibiu no 1º capítulo relato exclusivo de suposta aliciadora do empresário que trabalhou com ele por 12 anos; próximo episódio vai ao ar na quinta-feira

CNN Séries Originais lança episódios com caso de Saul Klein que envolve denúncias de abuso sexual contra jovens. Foto: Reprodução

O caso de supostos abusos sexuais praticados por Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia e candidato a vice-prefeito em São Caetano na chapa de Fabio Palacio (PSDD) nas eleições do ano passado, virou uma série documental no  “Programa CNN Séries Originais”. O primeiro episódio “As Revelações Completas” foi ao ar nesta quinta-feira (27/05) e traz uma entrevista exclusiva com Ana Paula Fogo, que trabalhou com o empresário durante 12 anos e afirma que era responsável pelo aliciamento das jovens.

O próximo episódio da série “Caso Saul Klein: as versões completas”  será exibido pela CNN na próxima quinta-feira (03/06). De acordo com a emissora, a equipe de reportagem continuará mostrando detalhes impressionantes da história. O programa trará depoimentos do próprio empresário a respeito de acordos firmados com famílias de vítimas para impedir que os casos viessem à tona.

O CNN Séries Originais, apresentado por Evaristo Costa, vai ao ar na CNN todas as quintas-feiras, às 22h30, logo após o Jornal da CNN.

 A Investigação

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Uma equipe de reportagem ficou 90 dias apurando o inquérito policial, no qual teve acesso. São mais de mil páginas e envolvem 22 denúncias de vítimas, entre elas menores de idade.

O programa Séries Originais apresenta depoimentos anônimos de seis vítimas, além de relatos de advogadas, psicólogas e uma promotora de justiça envolvidas no processo.

Responsável pelo Aliciamento

No primeiro episódio da série, houve uma entrevista com Ana Paula Fogo,  que trabalhou 12 anos para Saul Klein e revelou que integrava o suposto esquema do empresário. Ela disse que administrava as escalas e atividades das aliciadas. “Nunca quis fazer isso. Eu me importo (com as vítimas)”, disse.

“Eu não me importaria de passar a vida inteira falando para cada uma: me perdoa, eu nunca quis fazer aquilo. Nesse processo, então, todas que estão nesse processo, eu não tenho coragem de olhar para elas. Se você falar para mim, Ana, qual o seu maior problema se você for para o tribunal? Olhar para a cara delas. Se tiver que olhar para cara do Saul, eu acho que o maior desejo da minha vida era dar um soco na cara do Saul. Mas, delas, o olhar delas, para mim, é um tiro”, completou Ana Paula na entrevista à emissora.

No primeiro episódio da série, houve uma entrevista com Ana Paula Fogo,  que trabalhou 12 anos para Saul Klein. Foto: Reprodução/CNN

Aliciamento

Segundo Ana Paula, conhecida como Banana, ela e a funcionária Marta Gomes da Silva eram as principais responsáveis por aliciar e cuidar das meninas, pois Saul tinha exigências quanto ao perfil das garotas. De acordo com ela, o empresário só se interessava por mulheres bem mais jovens entre 16 e 20 anos. Além disso, todas deveriam ser magras, de pele branca e cabelo loiro ou castanho claro.

Ana Paula disse à CNN que as jovens eram convidadas para participar de eventos, sendo atraídas por um ótimo cachê. Porém, segundo ela, as meninas só descobriam a real intenção do convite depois que estavam nas festas. Aquelas que se recusavam a ter relações sexuais com Saul eram convencidas por Ana Paula a consumar o ato e a consolação era o aumento no valor do pagamento que subia rapidamente de “R$ 1 mil para R$ 3 mil”. Uma das vítimas também fez a mesma afirmação à CNN.

Acusações

O programa também revelou que parte das jovens optou  por  denunciar Saul Klein depois que uma das aliciadas cometeu o suicídio em setembro do ano passado. A vítima acreditava que tinha sofrido um aborto. De acordo com o primeiro episódio da série, o fato aconteceu após fazer um ultrassom e receber medicamentos da ginecologista Silvia Petrelli, que atendia nos consultórios montados dentro das mansões do empresário. Silvia, que foi candidata a vereadora na chapa de Fabio Palacio e Saul Klein, tem negado, inclusive às autoridades policiais, ter participado de atos ilícitos.

Diante desse fato, 14 mulheres se uniram para denunciar Saul Klein ao grupo Justiceiras, que apoia vítimas de violência. Quando o escândalo veio à tona outras 18 mulheres se uniram à causa.

O empresário negou na Justiça os abusos. O advogado de defesa afirma que o empresário tem atração por jovens e faz as vezes de “sugar daddy”, termo usado para homens mais velhos que se interessam e bancam jovens em troca de carinho ou sexo. A defesa alega ainda que as relações sexuais, quando existiram, eram de consenso.  O advogado do empresário não nega que o cliente gosta de se relacionar com “sugar babies”.

 

 

 

 

 

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Gislayne Jacinto

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