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CHM de Santo André realiza 1ª cirurgia cerebral com paciente acordada

Procedimento foi indicado em mulher com tumor localizado na área motora

 

Equipe médica do CHM de Santo André realiza 1ª cirurgia cerebral com paciente acordada. Foto: Divulgação

O Centro Hospitalar Municipal (CHM) “Dr. Newton da Costa Brandão”, em Santo André, realizou pela primeira vez uma cirurgia cerebral em uma paciente acordada. A operação, feita nesta semana em uma munícipe de 74 anos, durou cerca de cinco horas.

Com sintomas de diminuição de força muscular no lado esquerdo do corpo e perda recente de cinco quilos, a aposentada procurou inicialmente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sacadura Cabral.

De acordo com o quadro clínico, ela foi encaminhada para o CHM para realizar exames que evidenciaram nódulos em diversas partes do corpo, sendo um deles na área motora do cérebro.

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A cirurgia convencional representava risco de piora dos sintomas. Para preservar a paciente de possíveis sequelas, como paralisia do lado oposto do corpo, a equipe médica optou pelo método “awake brain surgery”, que é feito com anestesia leve e anestésico local garantindo ausência de dor, mesmo com o paciente acordado.

A cirurgia foi realizada na última segunda-feira (3) pelo Dr. Marcos Rêgo, médico neurocirurgião, auxiliado por dois médicos residentes de neurocirurgia, uma instrumentadora e uma equipe de anestesia treinada para este tipo de procedimento.

Segundo o coordenador do serviço de neurocirurgia do CHM, Dr. Marco Túlio Sette dos Santos, o procedimento representa um marco na evolução da neurocirurgia no hospital, pois permite que a intervenção seja realizada com mais segurança, considerando a lesão tumoral estar localizada na área motora do cérebro, responsável pelo comando da força muscular do lado oposto do corpo.

“As vibras nervosas motoras são cruzadas no cérebro, então a área motora do lado esquerdo comanda o lado direito do corpo. Quando se faz isso em um paciente sob anestesia geral, não temos controle se vamos provocar algum tipo de lesão ou sequela, como uma paralisia no paciente”, explicou Dr. Marco Tulio.

“É feito um bloqueio em alguns nervos específicos da cabeça impedindo que o paciente sinta dor. Essa cirurgia é uma evolução por conta disso. Conseguimos fazer o procedimento adequado, ressecar a lesão, deixando a paciente intacta, sem sequelas”, completou.

A cirurgia foi um sucesso e, atualmente, a paciente está sendo assistida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, com previsão de alta para enfermaria nos próximos dias.

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Gislayne Jacinto

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