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CDHU retira 450 famílias em situação de risco no Galpão Eiji Kikuti

Todos os 600 moradores da área serão atendidos pelo Programa Casa Paulista, na modalidade Carta de Crédito Associativo; apartamentos serão financiados com juros zero e terão estrutura completa

  • CDHU retirou 450 famílias em situação de risco no Galpão Eiji Kikuti.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 04/09/2024
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Todos os 600 moradores da área serão atendidos pelo Programa Casa Paulista, na modalidade Carta de Crédito Associativo; apartamentos serão financiados com juros zero e terão estrutura completa

alpão Eiji Kikuti.

CDHU retira 450 famílias em situação de risco no Galpão Eiji Kikuti. Foto: Divulgação

 

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ultrapassou a metade do processo de desocupação da comunidade Galpão Eiji Kikuti, em São Bernardo do Campo, com a retirada de 450 famílias que ocupavam moradias irregulares. A ação visa a remover os moradores da área, classificada como de alto risco, e prover atendimento habitacional digno e seguro por meio do programa Casa Paulista, na modalidade Carta de Crédito Associativo (CCA), que viabilizará mais de 600 unidades habitacionais em dois empreendimentos.

Até o momento, mais de 296 famílias já assinaram o contrato para a compra do imóvel com financiamento facilitado feito pela Companhia. Ao todo, o Estado está investindo mais de R$121,9 milhões para subsidiar a compra dos apartamentos.

Equipes da CDHU montaram uma base no local durante a desocupação para auxiliar as famílias na saída dos imóveis. Além disso, para impedir novas ocupações, a Companhia também está realizando demolições das casas, à medida em que ficam vagas.

Para promover a saída imediata das famílias, que estão constantemente expostas aos riscos de incêndios, inundações e desabamentos, será pago auxílio-aluguel de R$ 600 no período previsto para construção dos empreendimentos, que, em média, é de dois anos. Metade deste valor será custeado pela Prefeitura e o restante pela CDHU.

Uma das famílias que vai deixar a comunidade é a de Michele Lorena Oliveira Bruno, de 31 anos. Mãe das pequenas Elisa, de 9 meses, e Helena, de 10 anos, ela finalmente pode desfrutar da sensação de alívio depois de 11 anos morando no local. “Não é bom morar aqui porque não tem água, ou, às vezes, quando tem água, não tem luz. O esgoto é aberto. E tudo isso, querendo ou não, prejudica a saúde da gente, das nossas crianças” Michele complementa dizendo que vivia sempre em estado de preocupação: “Muitas vezes não dá para deixar as crianças brincando porque chove e tem muito rato. A gente dorme preocupado, porque se pega fogo na casa do vizinho, vai pegar na minha, na do outro. Tem muito material aqui que é inflamável, que pode queimar rápido”, relata.

galpão desocupado em São Bernardo

Todos os 600 moradores da área serão atendidos pelo Programa Casa Paulista, na modalidade Carta de Crédito Associativo. Foto? Divulgação

Novo lar

A conquista de um novo lar, que irá promover mais dignidade e estrutura para a família, é comemorada pela autônoma. “É uma vitória porque hoje em dia todo mundo consegue comprar um carro, mas uma casa é mais difícil. Não é de graça, mas a gente vai ganhar um financiamento. Vai sair daqui e ter uma vida mais digna para os nossos filhos, um endereço, um comprovante de residência. A perspectiva de vida é muito boa daqui para frente”, celebrou.

A felicidade de um recomeço também é compartilhada por Farley Jesus Sousa, de 32 anos, que também vivia amedrontado com o risco que o local oferece. “A gente tem muito medo de o prédio cair sobre a gente porque aqui é uma área de risco. O cheiro do esgoto é muito forte, então eu só queria agradecer por sair dessa área e ter sido proporcionado um ótimo lugar para morar”, agradece.

O eletricista recebeu o imóvel dos pais, que foram morar em Minas Gerais, e há sete anos está no local com a esposa, a analista de qualidade Ana Célia, de 39 anos. O casal considera que o novo imóvel vai representar um grande passo para a família. “A gente pretende ter filhos, mas não aqui e graças a Deus está dando tudo certo. Aqui tem muita bagunça, saneamento básico zero, então só o fato de você estar em um lugar mais construtivo, perto de tudo, é melhor, né? É gratificante”, finalizou.

Por meio do CCA, modalidade pela qual as famílias serão atendidas, a Companhia compra diretamente com as incorporadoras as unidades habitacionais e depois as financia para os novos moradores.

O primeiro empreendimento, que já está em fase de contração, será construído na Estrada da Cooperativa, no bairro Alvarenga, e terá 296 unidades, com 50 m² divididos entre uma sala com terraço, dois quatros, banheiro, cozinha e área de serviço. Além disso, o prédio terá estrutura completa, com salão de festa, churrasqueira, quadra poliesportiva, brinquedoteca, playground e sala de medicação. Já o segundo empreendimento está com a documentação sendo finalizada na Prefeitura de São Bernardo do Campo e seguirá o mesmo padrão.

CCA: mais 15,5 mil unidades em aquisição

Por meio do CCA, as primeiras 54 unidades habitacionais foram entregues em maio, com investimento de R$ 9,72 milhões. Além disso, o Governo do Estado está investindo R$ 3 bilhões em 16.684 unidades habitacionais, que estão em produção. Os empreendimentos são inscritos por meio de editais de credenciamento e têm os projetos homologados. Para participar do programa, o conjunto habitacional deve estar incorporado e a documentação técnica e jurídica aprovada pela CDHU.

A iniciativa agiliza o provimento de moradia popular, uma vez que se associa a incorporadoras que já estão com empreendimentos em fase final de aprovação de projetos na Prefeitura. Ou seja, a CDHU não precisará enfrentar todo o trâmite burocrático de obter licenças e aprovação de projetos para a construção das moradias.

Os imóveis têm valor máximo de crédito concedido pelo Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social (FPHIS) de até R$ 180 mil (Data Base Fev/22) e são financiados de acordo com os critérios da CDHU e das diretrizes da Política Habitacional do Estado, que preveem juro zero e comprometimento de 20% da renda, com o pagamento das parcelas mensais do financiamento de até 30 anos. As famílias também são isentas de encargos durante a fase de obras e o pagamento da primeira prestação vai ocorrer somente 30 dias após a entrega das chaves do imóvel pronto para morar.

Para não onerar o orçamento das famílias na fase anterior a da entrega dos imóveis prontos para morar, o Governo do Estado está arcando com todas as despesas do financiamento, como o pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), registro do imóvel em cartório e o seguro de morte ou invalidez permanente durante a obra, garantindo tranquilidade para as famílias.

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