Casa de vereador de Mauá recebe pichação com a frase “Pastor ladrão”

Pastor José é acusado pela Polícia Federal de receber do governo Atila R$ 15 mil por mês de propina

 

Casa do Pastor José é pichada em Mauá após denúncias feitas pela Polícia Federal em 13 de dezembro. Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

A casa do vereador de Mauá Pastor José da Silva (PSDB) foi pichada nesta semana com a frase “Pastor Ladrão”. Uma foto circula pelas redes sociais e tem causado polêmica na cidade. A pichação já foi apagada. O nome do parlamentar foi envolvido recentemente em um escândalo de corrupção depois que a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Trato Feito, em 13 de dezembro. De acordo com a PF, o governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB), que está preso, pagaria mensalinho a 21 dos 23 parlamentares da cidade, além de um suplente.

Pelas investigações, Pastor José teria sido favorecido por uma mesada mensal no valor de R$ 15 mil. Pelo relatório da Policia Federal, esses valores teriam sido desviados de verbas cujo destino seriam obras de revitalização do Parque Ecológico Gruta Santa Luzia, executadas em 2017. Havia até verba da União.

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Segundo a PF, tal conclusão teve como base anotações encontradas na casa do ex-secretário de Governo João Gaspar, que já passou por duas prisões neste ano, sendo uma em maio e outra em 13 de dezembro.

No relatório da PF, consta que em uma das anotações feitas a mão por João Gaspar havia o nome do Pastor José junto com a palavra “gruta” e das quantias “R$ 109 mil” e “R$ 15 mil mensal”. No papel ainda havia a seguinte frase: “quero do pastor lixo”. Segundo a Polícia, tal apontamento indicaria que a gestão do prefeito Atila teria comprado “o voto” do vereador para a aprovação da taxa do lixo, sancionada no fim de 2017, mas que passou a ser cobrada em abril deste ano.

Pelos cálculos da Polícia Federal, que pediu o afastamento dos vereadores do cargo, mas a Justiça negou, o prefeito Atila recebia mensalmente R$ 500 mil de um grupo de dez empresas contratadas pela Prefeitura e dividiria com 21 vereadores e um suplente. Todos negam as acusações. A defesa de Atila afirma que sua sua prisão foi arbitrária e as denúncias “foram requentadas” da Operação Prato Feito, deflagrada em maio.

 

Pastor José nega todas as acusações feitas contra ele. Foto: Divulgação/Facebook

 

O ABCD Jornal procurou o vereador Pastor José por meio de sua página no Facebook já que o celular do parlamentar foi apreendido pela Polícia Federal, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.

Nesta mesma página de Facebook, o vereador tem uma postagem em que nega as acusações.

Leia a íntegra da nota de esclarecimento do Pastor José feita em 13 de dezembro:

Hoje e pela manhã tivemos uma grande operação desencadeada pela polícia federal em Mauá. Por conta das investigação todos os políticos da Cidade foram obrigados a prestar esclarecimento sobre a gestão de cada um, e eu José da Silva, como vereador, também tive que prestar depoimento, por isso a polícia federal esteve em minha residência para me ouvir , tenho plena convicção do meu caráter e da minha idoneidade. Na busca realizada em minha residencia nada foi encontrado que possa me desabonar, tenho plena convicção de que a verdade virá a tona, e que todos os fatos contra a minha pessoa serão esclarecidos.
Esclareço ainda, que tenho pautado a minha vida ao longo dos meus 75 anos pela minha retidão e o meu temor a Deus em quem confio!

O Gabinete do Vereador Pastor José esclarece que não houve nenhuma ação efetiva da Polícia Federal contra este gabinete durante a operação “Trato Feito” deflagrada pela Policia Federal nesta data (13/12/2018) no município de Mauá.
Esclarece ainda que até o momento a lista dos supostos vereadores inclusos no suposto esquema ilegal de recebimento de propina não foi divulgada pelos órgãos de justiça competentes.
Este Gabinete reitera a necessidade do combate às Fake News e alerta quanto à importância de prudência por parte dos cidadãos e da imprensa ao compartilhar determinados conteúdos, uma vez que os mesmos podem causar prejuízos irreparáveis ao cidadão.
Rechaçamos veementemente qualquer conduta ilícita, ou qualquer correlação deste gabinete com os supostos crimes cometidos e que deram origem a esta operação!
Que Deus em sua infinita misericórdia, continue a cuidar de nosso município, nos usando como seu instrumento para ser o referencial, que onde exista o caos, possamos ser a calmaria.

Mauá, 13 de dezembro 2018”

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Gislayne Jacinto

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