Carla Morando protocola denúncia no Conselho de Ética contra Luiz Fernando
Parlamentar alega que houve quebra de decoro parlamentar por supostas declarações machistas
Parlamentar alega que houve quebra de decoro parlamentar por supostas declarações machistas
A deputada estadual Carla Morando e a sua advogada Gabriela Manssur protocolaram nesta terça-feira (02/07), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, representação para investigação das declarações proferidas pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira e que foram consideradas machistas.
A denúncia é referente às ofensas pronunciadas pelo deputado federal Luiz Fernando em recente entrevista concedida ao Diário do Grande ABC em que declarou que a única grande obra do atual prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, foi “eleger e reeleger” a esposa, deputada estadual Carla Morando.
“Essa defesa é para todas as mulheres que no exercício de suas profissões são atacadas na sua honra, na sua intimidade, na sua dignidade simplesmente por sermos mulheres. E pedimos punição proporcional aos danos causados pelo machismo, pelo ataque misógino a nossa querida deputada Carla Morando”, citou a advogada Manssur que é presidente do Instituto Justiça de Saia, que desde 2011 é pioneiro na implementação de projetos sociais e políticas públicas sobre Direitos das Mulheres, e foi promotora de justiça especializada em Direitos das Mulheres.
“Vamos ver se desta vez os deputados realmente farão a punição para que ele pare de uma vez por todas de julgar as mulheres que estão aqui fazendo o seu trabalho”, disse Carla Morando ao relembrar que no mandato passado houve declarações semelhantes, mas a Comissão da Alesp optou pelo arquivamento.
Em maio de 2019, a deputada solicitou apuração das declarações consideradas machistas proferidas também pelo deputado Luiz Fernando a respeito de Carla Morando. Na ocasião, o parlamentar disse que “a deputada [Carla Morando] não sabe o que faz no cargo que seu marido lhe concedeu”. Para a deputada, as palavras agrediram sua dignidade ao reduzi-la como pessoa e como parlamentar.
O deputado tem negado a ofensa à parlamentar. Nesta semana o petista divulgou uma nota oficial e disse que “em nenhum momento foi discutida a questão de gênero” na entrevista concedida ao jornal. “Defendo e sempre defenderei a participação da mulher na política e em todos os setores da sociedade, bem com repudio qualquer ato de violência ou intolerância”, disse.