Atenção ao seu pet: lambeduras em excesso podem ser sinal de problema
Primeira hipótese a ser descartada é a doença de pele; pulgas, alergias e até questões comportamentais devem ser consideradas
Primeira hipótese a ser descartada é a doença de pele; pulgas, alergias e até questões comportamentais devem ser consideradas
Para expressarem-se entre si e com os humanos, cães e gatos costumam lamber-se naturalmente e por motivos diversos: carinho, limpeza, fome (os filhotes de cães lambem a boca de suas mães quando estão famintos) e até mesmo estresse. O problema, porém, está em lambeduras excessivas e em alguns casos até compulsivas. Sinal de alerta ligado.
A primeira hipótese a ser descartada é a de uma doença de pele. “É preciso procurar um veterinário para checar se existe algum problema de base, de pele, alguma dermatite que provoque no bichinho o hábito de lamber-se para aliviar a coceira”, afirma a veterinária comportamentalista Katia De Martino (@dra.katiademartino no Instagram).
Em suas redes sociais, a especialista costuma dar dicas sobre o comportamento dos pets e uma delas é sobre o assunto das lambeduras excessivas. Ela afirma que o tutor pode perceber que o hábito tomou proporções perigosas quando começam a aparecer falhas nos pelos, no caso dos gatinhos, e feridas pelo excesso de lambidas, no caso dos cães.
Outra hipótese a ser considerada é o de uma alergia provocada por alimentos e até mesmo a presença de um novo pet na casa, fator de estresse para o bichinho mais velho no território.
O que acontece com os gatos
De acordo com a veterinária especialista em felinos Thais Santana Sousa (@pulodogatosbc no Instagram), os gatos são animais muito limpos e realmente fazem a auto-limpeza através das lambidas. Porém, também utilizam a prática para aliviar o estresse. “Há casos em que eles têm a barriga, que é a região onde mais alcançam, totalmente pelada. Isso significa que há lambedura em excesso e é preciso entrar com tratamento.”
As lambidas dos gatinhos também podem indicar que eles sentem dor na região afetada. “Estou tratando uma gata que tinha dor nas costas. É impressionante ver as falhas no pelo antes do tratamento. Agora, depois de medicada, ela está totalmente peluda novamente. Então, o ideal é prestar bastante atenção nisso”, diz Thais.
A principal dica da veterinária para os tutores de felinos é que seja feito um bom controle de pulgas para se evitar o problema. Vale lembrar que quando esse tipo de parasita pode ser observado no corpo do pet, é porque a infestação já se encontra em grandes proporções.
As famosas bolas de pelo são consequência das lambeduras em excesso dos felinos e podem provocar vômitos e mal-estar, já que com as lambeduras, eles começam a ingerir pelos em demasia.
Eliminada a possibilidade ou se mesmo após tratado o problema físico pontual, o cão ou o gato persistirem no comportamento de lamberem-se compulsivamente, a questão parte para o campo comportamental.
“É claro que a falta de atividade física deixa o cachorro entediado, o que acaba fazendo com que ele desconte na própria vida, na pata. É muito comum os cães apresentarem a lambedura das patas e da cauda. Já no caso dos gatos, pode ser também um problema comportamental, mas de alteração do ambiente. Quando um gato fica muito estressado, ele tem esse tipo de atitude”, explica Katia.
Para os cãezinhos, após um tratamento com medicamentos como antibióticos, antifúngicos, shampoos e outros que controlem possíveis infecções, o ideal é investir em um trabalho voltado à parte mental. “Automaticamente e gradativamente, isso pode se tornar um problema de compulsão, e é preciso evitar. Assim, sempre trabalhamos uma forma de melhorar o mental desse cão para que ele sinta-se menos estressado e pare de se auto-mutilar”, ensina a veterinária comportamental.
O mais indicado é muito exercício e atividade física para tratar o problema comportamental não só dos cães, mas também dos gatos. Passeios para os cães e enriquecimento ambiental para os gatos são as melhores pedidas.