
Uma paralisação organizada pelo Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos(Sindserv) de Mauá pressionou o governo do prefeito Marcelo Oliveira a iniciar conversas com as Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADI) e dos Auxiliares de Apoio à Educação Inclusiva (AAEI). O ato, realizado na manhã de quinta-feira (15/05), reuniu cerca de 400 trabalhadores em frente à Secretaria de Educação e foi marcado por discursos de lideranças sindicais e pressão por melhorias nas condições de trabalho. A mobilização teve como principal objetivo forçar a abertura de diálogo com a gestão municipal.
Por volta das 11h, o secretário de Educação, Gilmar Silvério, recebeu uma comissão de representantes da categoria, acompanhada pelo Sindserv, para uma reunião em que foram debatidas pautas urgentes da categoria.A reunião resultou em um documento oficial, assinado pelo secretário, com compromissos da administração em relação às principais demandas dos trabalhadores da educação.
Entre os pontos acordados estão a criação de um calendário permanente de reuniões com o sindicato, estudo para flexibilização da formação, avanço em contratações, combate ao assédio moral e revisão das condições de trabalho nas escolas.“Esse ato foi uma demonstração de força da categoria. Mostramos que estamos mobilizados e não aceitaremos retrocessos”, afirmou a secretária-geral do Sindserv, Maralisa Dias. “Seguiremos atentos para que todos os compromissos assumidos sejam efetivamente cumpridos”, completou.
Pontos de avanço
Um dos principais resultados da reunião foi a criação de um calendário fixo de reuniões mensais entre a Secretaria de Educação e a comissão de trabalhadores representada pelo Sindserv. A primeira reunião está marcada para 17 de junho.
Em relação à formação continuada, a Secretaria demonstrou abertura para adotar formatos híbridos ou online, respeitando a legislação. Também foi firmada a promessa de revisar o módulo de atendimento escolar com base nas diretrizes da Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 01/2024. Outra demanda sensível da categoria – a realização de sábados letivos – será tratada com orientação às equipes gestoras para que respeitem as atribuições dos servidores e dialoguem com as Associações de Pais e Mestres.
A proposta é integrar essas atividades ao Projeto Político Pedagógico das unidades escolares. Além disso, o secretário se comprometeu com ações concretas de combate ao assédio moral, incluindo campanhas educativas, cursos de liderança e o fortalecimento de canais de escuta e denúncia, com garantia de sigilo.
Contratações e recesso
A Secretaria informou que fará convocações de ADI’s aprovados em processo seletivo ainda antes do recesso escolar e que avalia contratações emergenciais, além de aguardar autorização para convocar servidores aprovados no concurso público de 2024. Outro ponto garantido foi o respeito ao recesso escolar dos ADI’s e AAEI’s, assegurando o direito ao descanso dos profissionais.
Reposição da paralisação
Após a reunião, o Sindserv protocolou um ofício solicitando que o dia de paralisação não resulte em prejuízo aos trabalhadores. A proposta é que a ausência seja compensada por meio de falta abonada, banco de horas, folga eleitoral (TRE) ou atuação em sábados letivos.
Luta sindical
Para o Sindserv, os avanços conquistados nesta mobilização reforçam o papel do sindicato como ferramenta essencial na defesa dos direitos dos servidores públicos. “A paralisação foi legítima e necessária. A categoria demonstrou que está organizada e disposta a lutar. Vamos continuar mobilizados para garantir que tudo que for dado saia do papel”, destacou Maralisa.