Ex-prefeitos têm postura mais crítica a sucessores
Ex-prefeitos do ABCD pouparam adversários no início do governo
Quatro administradores foram derrotados nas urnas nas eleições de 2016 e um deles não podia mais disputar a reeleição
Parte dos cinco prefeitos que deixaram as Prefeituras em 31 de dezembro de 2016, deixou a discrição dos últimos meses para iniciar ataques aos seus sucessores e seus partidos já que ocorrerão eleições neste ano. Alguns voltarão às urnas para disputar um cargo público nas eleições gerais em 2018.
O ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho (PT) foi o único dos ex-gestores da Região que não disputou a reeleição, porque já cumpria o segundo mandato. Nos primeiros meses até que poupou seu sucessor Orlando Morando (PSDB) de ataques, mas depois de meses na discrição fez mutirões na cidade, entre eles no bairro Alvarenga para apontar supostas falhas do tucano. O petista usou até carro de som para atacar o sucessor, principalmente na área da Saúde. E assim, os ataquem têm ocorrido em outras situações, principalmente com relação ao PSDB.
Marinho será candidato neste ano a governador pelo PT e tem usado as redes sociais para atacar os tucanos, em especial João Dória que disputará o governo do Estado pelo PSDB. Orlando é um dos principais incentivadores da candidatura de Dória e deve coordenar sua campanha na região.
Nas eleições municipais de 2016, Marinho apoiou seu ex-secretário de Serviços Urbanos Tarsício Secoli (PT), mas o petista sequer conseguiu passar para o segundo turno. O então prefeito teve de assistir a uma disputa entre o deputado federal Alex Manente (PPS) e o então deputado estadual Orlando Morando. Esse último foi quem saiu vitorioso do pleito.
Sumiço
O ex-prefeito de Mauá Donisete Braga , que depois de 30 anos no PT se filiou nesta semana no Pros), “desapareceu” do cenário político de Mauá nos primeiros meses de 2017, também tem atacado seu opositor Atila Jacomussi (PSB), prefeito da cidade. O petista deve disputar as eleições como deputado federal.
Donisete usa sua página no Facebook para fazer críticas ao sucessor, entre elas a demora na entrega de obras públicas e problemas na execução de serviços públicos.
Mais discretos
Os ex-prefeitos Carlos Grana (PT), de Santo André, Paulo Pinheiro (PMDB), de São Caetano, e Saulo Benevides (PMDB), de Ribeirão Pires, continuam discretos na oposição. Os três sofreram derrotas históricas em seus municípios, já que disputaram a reeleição com a máquina administrativa nas mãos e, mesmo assim, não conquistaram a preferência do eleitorado.
Grana foi derrotado por Paulinho Serra (PSDB) por quase 80% dos votos válidos e hoje atua como coordenador regional da Macro-PT-ABC. O petista trabalha para resgatar a credibilidade do partido na Região e também usa as redes sociais para focar as eleições presidenciais deste ano, em defesa da candidatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que deve travar na Justiça uma batalha para se manter na disputa já que foi condenado a prisão.
Em uma das poucas postagens sobre a atual administração de Santo André, Grana compartilhou em sua página do Facebook um questionamento da bancada do PT sobre o fechamento de sete UBSs (Unidades Básicas de Saúde) na cidade para reforma, motivo de muita polêmica na cidade.
Grana foi deputado estadual antes de vencer as eleições para prefeito, em 2012. Em 2014, apoiou seu aliado Luiz Turco (PT) para deputado estadual. Portanto, ficaria em situação desconfortável caso disputasse a vaga com o amigo em 2018, já que Turco deve disputar à reeleição.
Dúvidas
O ex-prefeito prefeito de São Caetano Paulo Pinheiro praticamente sumiu do cenário político após perder para o tucano José Auricchio Júnior (PSDB).
A disputa mais acirrada do ABCD foi nesta cidade, onde tramitaram várias ações na Justiça Eleitoral. Uma delas, proposta por Pinheiro, apontava suposto abuso de poder econômico após denúncias de irregularidades na prestação de contas da campanha tucana. No entanto, o eleitor de Pinheiro não entendeu nada, pois o peemedebista desistiu do processo.
Pinheiro era médico concursado da Prefeitura, mas por ter 73 anos foi aposentado de forma compulsória pelo atual prefeito Auricchio, conforme determina a legislação.
Poucas críticas
O ex-prefeito Saulo Benevides até faz críticas (quando provocado pela imprensa) sobre o atual governo de Adler Kiko Teixeira (PSB), como, por exemplo, o fim das obras do teleférico em Ribeirão Pires. A discrição não é pra menos, pois Saulo ficou apenas na quinta colocação, mesmo sendo o então prefeito na época.
Depois do resultado, o ex-prefeito decidiu dar um tempo na política, mas agora iniciou as movimentações por conta das eleições gerais deste ano.