
O prefeito de São Caetano, Tite Campanella, disse na manhã desta terça-feira (13/05) que metade das pessoas atendidas na urgência na cidade estão vindo de outros municípios.
A cidade passou a registrar 50% de atendimento de pacientes de outras cidades depois que vereadora Bruna Biondi (PSOL) acionou a Justiça e conseguiu derrubar o Cartão São Caetano que dava preferência para atendimento a moradores do município. Segundo o governo, com o cartão era possível organizar o sistema de saúde com relação às demandas locais.
“Teve um aumento, um incremento do acesso de moradores de outras cidades no nosso sistema de emergência, no nosso sistema de saúde de pronto-socorro, tanto a UPA quanto o pronto-socorro do Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin, no nível de 50%. A gente atende em torno de 1.000, 1.100 pessoas por dia e metade são moradores de outras cidades. Então, superlotou o nosso sistema e. com esse tempo também, com essa virada de tempo, com essas doenças infecto-respiratórias, a gente está tendo algumas dificuldades ali na urgência”, afirmou o prefeito.
Tite Campanella afirmou que seu governo tem trabalhado para tentar resolver esse problema. “Nós estamos adotando essa semana aqui algumas medidas, o Fast Tracking também, que a doutora Adriana está implantando junto com o doutor Fadel, que o pessoal está preparando essas medidas aí.) A gente espera que dê certo”, afirmou Tite.
“Fast tracking” ou “rastreamento rápido” é uma técnica de gestão de projetos que visa acelerar o cronograma, permitindo que tarefas sequenciais sejam executadas em paralelo.
O prefeito afirmou que o sistema de saúde está estruturado para atender a demanda local., “Agora, não adianta, você tem uma cidade dimensionada por uma população de 160 mil habitantes e, de repente, você extrapola essa demanda. Aí, realmente, a gente enfrenta alguns gargalhos. Mas a gente espera que a gente consiga resolver brevemente”, disse o chefe do Executivo.
Ao ser indagado se pretende reverter essa ação movida ação na Justiça, Tite não descartou a ideia. “Na verdade, a gente tem levantado essa questão. Nós não fomos até as últimas instâncias. Então, a gente está vendo de que maneira que a gente pode, de alguma coisa, preservar o nosso sistema de saúde, o nosso sistema educacional, o nosso sistema de assistência social para os moradores de São Caetano. Seria injusto abrir para as demais cidades”, finalizou Tite.
O que a vereadora do PSOL fez?
A vereadora Bruna Biondi foi quem entrou com representação no MP-SP (Ministério Público) sob o argumento de seria inconstitucional ter o Cartão São Caetano, exclusivo para moradores. A iniciativa da parlamentar do Psol acabou gerando uma ordem de decisão judicial, concluída com a revogação da obrigatoriedade do cartão em dezembro do ano passado.
Para os governistas, a vereadora acabou prejudicando o atendimento aos moradores da cidade.
Antes dessa decisão, o Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin era usado para atender moradores de São Caetano enquanto os pacientes de fora eram atendidos exclusivamente na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Engenheiro Julio Marcucci Sobrinho.
A vereadora foi procurada e a reportagem e nega que a sobrecarga no sistema seja pelo fim do cartão. “Nós vemos uma sobrecarga no PS hoje não pelo fim do Cartão São Caetano, como dizem os vereadores governistas, dado que momentos como esse de superlotação também aconteceram em anos anteriores mesmo com o cartão, mas por uma série de fatores, como o fim do horário noturno das UBS, que acabam transferindo esse munícipe que fazia seu atendimento na UBS para o Pronto Socorro”, alegou Bruna.