VOLTAR
  • Política
  • Rio Grande da Serra

Após escândalo e denúncia de corrupção, vereador de Rio Grande da Serra se afasta

Marcos Costa, o Tico, pediu licença da Câmara pelo período de 30 dias; empresário denunciou ter depositado dinheiro na conta da esposa dele, além de comprar materiais de construção para a casa do parlamentar

  • Marcos Costa, o Tico, pediu licença da Câmara pelo período de 30 dias após denúncia de corrupção.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 03/04/2024
  • Compartilhar:

Marcos Costa, o Tico, pediu licença da Câmara pelo período de 30 dias; empresário denunciou ter depositado dinheiro na conta da esposa dele, além de comprar materiais de construção para a casa do parlamentar

Marcos Tico

Marcos Costa, o Tico, pediu licença da Câmara pelo período de 30 dias após denúncia de corrupção. Foto: Divulgação

O vereador Marcos Costa, o Tico, pediu afastamento da Câmara de Rio Grande da Serra por 30 dias. O parlamentar está envolvido em escândalo de corrupção. Na última semana, o empresário Abias Rodrigues de Assis,  fornecedor da Prefeitura, foi agredido fisicamente em caso que coloca o  parlamentar sob suspeita.

Abias denunciou à Polícia que Tico “mandava” na Secretaria de Obras e passou a extorqui-lo. Relatou que foram feitos depósitos na conta da esposa do vereador que somam R$ 15,8 mil, além de compra de mais de R$ 10 mil em materiais de construção para a reforma da casa do vereador.

O caso também foi parar no Ministério Público por meio de representação feita pelo vereador Akira do Povo (Podemos) que já tinha adiantado ao ABCD Jornal que pediria na sessão desta quarta-feira (03/04) a cassação do vereador e da prefeita, Penha Fumagalli, já que a denúncia também envolve o secretário de Obras e Planejamento, envolvendo Kléber Avelino de Oliveira, que foi exonerado após o empresário revelar ter depositado R$ 4 mil na conta da empresa dele (R. de Moraes Construtora), com sede em São Vicente.

Segundo depoimento à Polícia, o conflito financeiro entre Abias e o vereador Tico intensificou-se depois de uma tentativa falha de conciliação acerca do valor devido. Nessa conjuntura, foi-lhe exposto um documento que exigia o pagamento de R$ 100.000,00, montante que supera a cifra inicial da dívida, registrada em R$ 47.000,00. Abias teria recusado a proposta elevada durante o encontro, o que precipitou em um episódio de violência física e subsequente ameaça.

empresário Abias

Empresário de Rio Grande da Serra é vítima de agressão e acusa vereador de ser mandante. Foto: Divulgação

Por que o vereador mandava na Secretaria da Obras?

O empresário Abias denunciou que o vereador Tico mandava na Secretaria de Obras porque teria feito um acordo com o grupo de Penha Fumagalli para cassar o ex-prefeito Claudinho da Geladeira. “Para cassar o prefeito Claudinho da Geladeira, a prefeita Penha loteou todas as secretarias para alguns vereadores aliados dela. Cada vereador ficou com uma Pasta e o Marcos Tico ficou com a de Obras. Era ele quem mandava em tudo lá, dava todas as ordens”, denunciou o empresário.

Abias afirmou que o parlamentar exigia pagamentos na conta da mulher dele e foram feitos dois depósitos sendo um de R$ 10 mil e outro de R$ 5,8 mil. O empresário enviou cópias dos depósitos ao ABCD Jornal.

Além disso, teve de comprar pelo menos R$ 10 mil em materiais de construção para a reforma da casa do vereador. “Paguei os boletos. Me lembro de um de R$ 8 mil e outro de R$ 2 mil. Apresentei todos os documentos na delegacia onde fui convocado para depor na última  quinta-feira. Fiz a apresentação de provas muito robustas”, afirmou.

Defesa

O vereador argumentou no documento de afastamento que quer usar esse período de 30 dias para se dedicar à sua defesa na Justiça. No documento de afastamento, o vereador Tico chegou a citar a questão da cassação do prefeito Claudinho.

“Rio Grande da Serra enfrentou nessa gestão um grande trauma com a cassação do ex-prefeito, o que dividiu as diversas forças atuantes em nossa cidade, levando à polarização e aos extremos do embate e a radicalização política. Tenho sido vítima nos últimos dias de falsas acusações  que procuram atingir minha honra e minha família e meu trabalho. Tenho tranquilidade quanto à minha inocência e conheço os interesses escusos que existem por trás da calúnia que levantam”, concluiu.

Sindicância

Penha Fumagalli diz ter aberto sindicância para apurar as denúncias. “Por meio desta nota oficial, informamos sermos surpreendidos sobre os eventos recentemente trazidos à luz pública nesta quarta-feira, decorrentes das alegações apresentadas pelo empresário Abias Rodrigues de Assis, que envolvem diretamente a Secretaria de Obras e Planejamento”, disse.

“Diante da gravidade das acusações, determinei que fosse prontamente iniciado um rigoroso processo de investigação. Como parte inicial do procedimento, após dialoga com o Secretário de Obras e planejamento, resolvemos em comum acordo pela sua exoneração, com o objetivo de assegurar uma fiscalização minuciosa e imparcial. Paralelamente, está em curso uma sindicância dedicada a apurar, e se necessário, aplicar as devidas responsabilizações aos implicados nos autos supostamente ilícitos reportados”, completou.