Ambientalistas criticam retirada de árvores no Paço de Santo André
Movimento em Defesa da Vida informou que primeiramente vai protocolar requerimento de informações ao Comugesan, mas ameaça ir ao MP
Movimento em Defesa da Vida informou que primeiramente vai protocolar requerimento de informações ao Comugesan, mas ameaça ir ao MP
A retirada de 22 árvores da espécie sibipiruna dos canteiros centrais do Paço de Santo André desagradou ambientalistas e servidores. O MDV (Movimento em Defesa da Vida) informou que vai protocolar um requerimento de informações por meio do Comugesan (Conselho Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental de Santo André), responsável por estudar, apresentar diretrizes, além de fiscalizar e acompanhar a implementação da política municipal de gestão e saneamento ambiental no município.
Caso a Prefeitura não dê explicações sobre o fato, o MDV ameça, inclusive, ir ao MP (Ministério Público) e até mover uma ação judicial contra a Prefeitura. “O Paço Municipal é uma área protegida e, portanto, a administração tinha de apresentar projeto e fazer uma discussão sobre o assunto antes de retirar as árvores. O agente público não pode agir como bem entender, sem discussão com a coletividade. E falamos isso com base na Constituição Federal”, disse Virgílio Alcides de Faria, presidente do MDV.
Um servidor, que preferiu não se identificar por temer represália, afirmou que há lei no município que tombou o Paço, sendo que também há regras com relação ao paisagismo. De acordo com o servidor, qualquer alteração no projeto paisagístico tem de preceder de autorização do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico de Santo André).
“É de uma tamanha ignorância que até mesmo árvores com casa do “João de Barro” totalmente sadias, foram brutalmente derrubadas durante um fim de semana. Agora, não temos mais sombra para estacionar. O que era um alívio e uma vaga disputada, não é mais. Se vão repor, as árvores já deviam estar lá e não cimentar os canteiros como ocorreu. Fizeram a mesma coisa em frente aos Correios, com a desculpa de que vai dar mais visibilidade ao prédio. E o pior é que nem consultaram os conselhos municipais sobre a retirada”, afirmou o funcionário público.
Uma outra servidora disse que tinham várias casinhas de João de Barro nas árvores e que o Ministério Público do Meio Ambiente deveria agir contra essa atitude da administração que, em sua opinião, “é criminosa”, sem falar no custo que a medida trará aos cofres públicos.
Novas árvores
Ao ser questionado sobre o fato, o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB), informou que estacionamento do Paço Municipal contará, em breve, com novas árvores, que serão plantadas no lugar daquelas que precisaram ser retiradas do local recentemente. De acordo com a Prefeitura, as árvores removidas continham muitas lesões no tronco, brotações irregulares e não estavam conseguindo se desenvolver.
“Os canteiros serão revitalizados e as orlas receberão o plantio de novas mudas, cujo desenvolvimento será acompanhado, para garantir que se tornem árvores capazes de prover serviços ambientais (sombra, abrigo para a fauna, controle da poluição sonora, visual e de partículas, redução do escoamento superficial da água de chuva, entre outros) e que proporcionem também segurança aos munícipes que passam pelo local”, informou nota oficial da Prefeitura.