Alunos da UFABC apoiam greve na instituição e realizam manifestação em S.Bernardo
Caminhada pelas ruas da cidade iniciou no Campus da Universidade em São Bernardo e foi até o Estádio 1º de Maio, nesta quinta-feira
Caminhada pelas ruas da cidade iniciou no Campus da Universidade em São Bernardo e foi até o Estádio 1º de Maio, nesta quinta-feira
Alunos da UFABC (Universidade Federal) realizaram uma manifestação nesta quinta-feira (13/06) em São Bernardo em apoio à greve de funcionários e professores da instituição. Nesta terça-feira (11/06), já tinha ocorrido um protesto na avenida dos Estados, em Santo André com bloqueio da via por meio de queima de pneus.
Em uma assembleia realizada na noite desta quarta-feira (13/06), os estudantes também declararam estado de greve, e, nesta quinta, ocorreu essa manifestação unificada nas ruas de São Bernardo. “Isso mostra que o movimento segue forte, a despeito da intransigência do governo”, afirmou Kaio Barbosa, servidor técnico-administrativo em educação e estudante da UFABC.
A greve nas instituições federais começou em 11 de março, há 90 dias, mas a paralisação dos técnicos administrativos iniciou em 14 de março e a dos professores em 30 de abril. Em maio, houve o recesso acadêmico e o retorno das aulas estava previsto para 3 junho, mas os professores discutiram e mantiveram a greve.
“Infelizmente, os servidores federais não possuem dissídio e, apesar da previsão constitucional de revisão salarial anual, geralmente os governos negam esse direito e os servidores ficam com os salários corroídos pela inflação. Chega um momento que o arrocho salarial se torna insuportável”, afirmou o grevista.
De acordo com um cálculo do Dieese, as perdas salariais inflacionárias dos técnicos administrativos em educação, categoria com a menor remuneração do serviço público federal, chegam a 34,32% desde setembro de 2016. “Além disso, diversos cargos foram e vem sendo extintos, como é o caso dos tradutores intérpretes de libras, ampliando a precarização e privatização do ensino público. Assim os trabalhadores tiveram que recorrer à greve. Ainda assim, o governo está oferecendo propostas humilhantes e tentando vencer o movimento pelo cansaço. Contudo, a mobilização e na Av. dos Estados mostrou que o movimento segue forte com os trabalhadores dispostos a enfrentar a negligência e intransigência do governo com a educação pública”, concluiu Kaio.