À CPI, delator da OAS cita R$ 20 milhões em propina e caixa 2 a Marinho

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Apontado como chefe da separação de recursos da empreiteira, José Ricardo Nogueira Breghirolli afirmou sobre pagamento para a campanha de reeleição do petista em 2012; Ex-prefeito nega

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À CPI da Câmara de São Bernardo, delator da OAS cita R$ 20 milhões em propina e caixa 2 a Marinho. Foto: Divulgação

A delator e ex-superintendente administrativo da empreiteira OAS, José Ricardo Nogueira Breghirolli, durante oitiva da CPI da OAS da Câmara de São Bernardo, realizada nas dependências do prédio parlamentar nesta terça-feira (04/05), disse que ter havido desvios de recursos públicos em valores superiores a R$ 20 milhões em obras contratadas durante a gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) – governou o município entre 2009 e 2016

Durante quase uma hora, Breghirolli respondeu a questionamentos feitos pelos membros integrantes da CPI, cujo objetivo da investigação é apurar denúncias envolvendo a empreiteira durante o governo do petista no município.

Convocado como testemunha para prestar esclarecimentos na CPI, o ex-funcionário respondeu a diversas perguntas de vereadores. E foi justamente no questionamento dos parlamentares, sobre o conhecimento das obras que tiveram desvios de recursos, que o ex-superintendente discorreu que aproximadamente R$ 20 milhões supostamente desviados em obras contratadas pela administração do PT.

“Não era da área comercial da empresa (OAS) e sim da controladoria. Nosso setor era dividido por região e eu atendia a diretoria de São Paulo, aonde abrangia São Bernardo do Campo. Minha área era responsável pela geração de Caixa 2, que era solicitado pela empresa. Os tipos de negociações e contratos não tinha conhecimento. Houve sim para São Bernardo diversos recursos de valor que foram destinados. Estava na geração de recurso e nos eram demandados valores, que não eram para ficar registrado. Não tenho valor exato, mas entre 2010 e 2012, foram em torno de R$ 20 milhões”, afirmou Breghirolli.

O ex-superintendente, que foi preso durante Operação Lava Jato em 2014, citou nomes de três ex-diretores a quem se subordinava após o recurso ser solicitado para o pagamento de propina César Mata Pires Filho, Carlos Henrique Lemos e Marcel Vieira, salientando que “não entregava recurso para agentes públicos” e que se desligou da OAS em 2015.

Segundo o delator, os pagamentos eram feitos em dinheiro e, de acordo com o ex-funcionário da OAS, em “envelopes com quantia de R$ 100 mil e semanalmente tinham disponibilização de recursos”.

Eleição

Relator da CPI, o vereador Julinho Fuzari (DEM) questionou sobre o conhecimento de Breghirolli sobre nomes de candidatos da cidade que receberam recursos da OAS para campanhas eleitorais. Entre eles foi questionado sobre o ex-prefeito Luiz Marinho (PT) na campanha ao Executivo municipal em 2012.

“Sim, houve recurso de Caixa 2 para a campanha”, respondeu o delator sobre a reeleição de Luiz Marinho em 2012, que atualmente é presidente do PT no Estado São Paulo.

Outro lado

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Luiz Marinho nega todas as acusações e diz que Justiça Eleitoral aprovou suas contas. Foto: Divulgação

 

O ex-prefeito Luiz Marinho negou todas as acusações e afirmou que a Justiça Eleitoral aprovou todas as suas contas.

Leia a íntegra da nota:

“Todos os recursos utilizados na nossa campanha foram contabilizados e constam da prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. É mais uma invenção de quem, sem nenhuma informação ou prova, cria histórias na tentativa de livrar a própria pele. E é lamentável que no momento em que ultrapassamos a marca de mais de duas mil e duzentas mortes por COVID-19 na cidade vereadores da base do atual prefeito mostrem que, a exemplo do chefe deles, não se preocupam com a vida dos são-bernardenses. Se prestam a servirem de instrumentos para a perseguição política em vez de construir soluções para que mais mortes sejam evitadas.

Assim como o Congresso Nacional a Câmara Municipal de São Bernardo deveria investigar a conduta do atual prefeito e a aplicação dos recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia.

Essa CPI é mais um factóide de quem não sabe o que fazer para chamar atenção e que não gosta muito de trabalhar”.

 

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