Após 20 anos, Santo André consegue eleger um representante na Câmara Federal; nesta quarta-feira, andreense declarou apoio a Tarcísio de Freitas, candidato a governador
O deputado eleito Fernando Marangoni (União-Santo André) fez uma avaliação de sua eleição que contou com votos em mais de 400 cidades no Estado de São Paulo. O andreense, que conquistou nas urnas 90 mil votos, se projetou graças ao trabalho realizado à frente da Secretaria de Habitação do Estado. Nesta quarta-feira (05/10), ele e seu partido declararam apoio ao candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a disputa do segundo turno da eleição com o petista Fernando Haddad. Em entrevista exclusiva ao ABCD Jornal ele disse que manterá como principal bandeia as questões da moradia para a população. Leia a íntegra da entrevista:
ABCD Jornal – Que avaliação você faz da sua eleição?
Fernando Marangoni – Foi uma eleição atípica, eu diria que uma das eleições mais duras depois da redemocratização do país, uma polarização sem igual não é. A gente sempre teve uma disputa polarizada, mas não dessa forma. Como a gente está no campo do centro, sofremos muito com essa polarização e, com certeza, se não tivesse nessa polarização nosso desempenho seria até melhor, mas rompemos aí uma barreira, um ciclo e mais de 20 anos que a cidade não fazia seu deputado. Fui eleito deputado federal aqui pelo município e teremos a maior bancada no ABC. Enfim, saí muito contente com isso, muito feliz porque alcançamos e fomos o sexto mais votado dentro do partido.
Mas a votação superou suas expectativa?
Fernando Marangoni – Por conta da dinâmica dessa eleição, a gente não conseguia ter muita previsibilidade. Eu costumo dizer que antigamente pegava chapa, fazia conta. Hoje não, por exemplo, você vê dentro do partido figuras históricas, o próprio Kin caiu 50% a votação dele. Então, eu digo que a nossa votação ficou dentro da expectativa. Claro que a gente sempre espera mais, mas ficou dentro de uma expectativa muito boa olhando o que aconteceu na eleição de forma geral com deputados históricos e que perderam mandatos.
ABCD Jornal – O senhor recebeu votos em quantas cidades?
Fernando Marangoni – Foram mais de 400 cidades. Aqui em Santo André tivemos 25 mil e fui o federal mais votado.
ABCD Jornal – O senhor não fez uma dobradinha exclusiva apoiada pelo governo de Paulo Serra?
Fernando Marangoni – Aqui a gente tinha uma dobrada com a Ana Carolina, mas não foi uma dobrada exclusiva do governo.
ABCD Jornal – Quais são as suas propostas como deputado federal?
Fernando Marangoni – A gente tem discussões importantes acontecendo, como o Fundo de Participação do Município, o Pacto Federativo, a reforma administrativa, a reforma tributária legal das startups e tem muitas discussões estruturais acontecendo no Brasil e a gente quer participar ativamente. A gente tem uma pauta que é uma grande bandeira nossa que é a habitação e regularização fundiária, também tem o marco legal da regularização fundiária em discussão, que é um grande probleminha nacional, não só aqui na nossa região, aqui um pouco mais, por conta do adensamento urbano que a gente, mas é uma pauta nacional extremamente importante. O Governo Federal não contratou novas moradias nesses últimos anos.
ABCD Jornal – Então a sua bandeira vai continuar sendo habitação?
Fernando Marangoni – Habitação é uma é uma paixão que eu tenho, né? Então vai ser, vai ser até porque a gente precisa melhorar muita coisa no Sistema Nacional de Habitação.
ABCD – Como o senhor avalia esse segundo turno já que o candidato que apoiava, que era o governador Rodrigo Garcia, não passou para o segundo turno?
Fernando Marangoni – Bom, eu naturalmente fico muito triste . Hoje você tem duas escolhas entre Tarcísio e Haddad e eu manifestei por Tarcísio de Freitas. O melhor caminho para a gente sempre foi o Rodrigo Garcia, mas a questão é o seguinte. Tinha a chapa do Haddad que foi muito mal na gestão dele como prefeito. Então, o que a gente precisa preservar no estado de São Paulo é a continuidade dos programas, a continuidade das conquistas dos últimos governos, que fez muita coisa em todos os municípios . Então, a gente entende que o Tarcísio deve representar essa continuidade da boa gestão no estado. O Haddad , não é nada pessoal, mas o Haddad foi reprovado pela própria população e não foi reeleito. Então, a gestão dele deixou muitas marcas ruins, filas de creche, pegou uma fila com 40.000 crianças e entregou com 100.000. Então, a gente não acredita que a gestão do Haddad na cidade represente uma boa gestão e uma manutenção de todas as conquistas que o estado de São Paulo tem.
ABCD Jornal- O que você achou do posicionamento do governador Rodrigo que já declarou apoio incondicional ao Tarcísio?
Fernando Marangoni – Eu acredito que o Rodrigo se posicionou justamente em termos de gestão. O Tarcísio é melhor do que Haddad, muito embora ainda tenha que conhecer o Estado de São Paulo, não conhece, mas se cercar de uma boa equipe a gente acredita que vai ter continuidade. O Rodrigo ele tomou uma decisão não pensando nele, mas sim pensando no estado.
ABCD Jornal – E qual vai ser o posicionamento em nível nacional ?
Fernando Marangoni – Não tenho ainda um posicionamento formado, é muito difícil, pois eu gostaria que tivesse uma terceira via, uma oportunidade de terceira via, mas não temos. Eu estou aguardando a manifestação do partido para tomar uma decisão, inclusive, eu posso discordar ou não do partido, mas eu vou primeiro ver que posicionamento o partido fará para A ou B. E há a possibilidade de ficar neutro, mas ainda vou aguardar a manifestação do partido pra eu me posicionar.
ABCD Jornal- Que mensagem o senhor deixa para o seu eleitor?
Fernando Marangoni – De agradecimento mesmo, porque mesmo com essa eleição polarizada nosso eleitor conseguiu ver nosso trabalho. Conseguiu afastar a gente dessa guerra. Eu que não estava nem de um lado nem de outro. Então, eu agradeço. Tenho gratidão profunda pelo eleitor de ter conseguido enxergar o trabalho e ter reconhecido o trabalh. Acho que os 90 mil votos foram reconhecimento do trabalho que a gente fez enquanto secretário aqui, enquanto secretário de Estado. Então a palavra é gratidão.
