
A Polícia Civil de Diadema cumpriu, na sexta-feira (31/10), mandados de prisão temporária contra Carlos Roberto Marques Dos Santos, de 18 anos, e Raquel Oliveira Dias Dos Santos, de 19 anos, pais do bebê Bento Raphael Marques Dos Santos, de apenas 2 meses, que morreu no último sábado (25/10) após nove dias internado com graves lesões pelo corpo.
O casal é investigado pelos crimes de homicídio, tortura, maus-tratos e lesão corporal contra o filho. Os mandados foram expedidos pela Vara do Júri da comarca de Diadema, após a equipe médica do Hospital Estadual de Diadema denunciar as circunstâncias suspeitas das lesões do bebê.
Internação e óbito de Bento
Bento, ferido por volta do meio dia do dia 17 de outubro, foi levado inicialmente à UBS Paineiras, por volta das 18h24, e transferido ao Hospital Estadual de Diadema, com queimaduras no couro cabeludo e sonolência. No hospital, exames constataram a gravidade das lesões:
- Queimaduras circulares de segundo grau em três regiões do couro cabeludo.
- Coleção de sangue em região subdural bilateral (sangramento intracraniano), que exigiu cirurgia de emergência e drenagem.
- Múltiplas fraturas, incluindo fratura do fêmur direito e dois pontos de fratura da ulna direita (osso do antebraço).
A médica plantonista levantou a hipótese de maus-tratos, informando à polícia que a multiplicidade dos pontos de fratura é mais característica de torção ou atos violentos do que de uma queda.
Apesar da cirurgia, Bento não resistiu e veio a óbito no Hospital Estadual de Diadema em 25 de outubro de 2025, após nove dias de internação.

Versões dos Pais
O pai, Carlos Roberto, que levou o filho à unidade de saúde, relatou que o bebê foi acidentalmente queimado, por volta do meio-dia, quando uma peça do chuveiro estourou e a água quente atingiu a cabeça da criança durante o banho. Ele alegou ainda ter tropeçado e caído com o bebê no colo ao sair do box, percebendo apenas a queimadura.
“Carlos salientou que tinha ciência da gravidade das queimaduras na cabeça de seu filho, contudo ao invés de levá-lo ao hospital de imediato, foi assinar a homologação da empresa em que trabalhava.” – Trecho do Boletim de Ocorrência.
A mãe, Raquel Oliveira, declarou à polícia que não presenciou o ocorrido porque estava dormindo e soube dos fatos pelo companheiro. Ela justificou que não levou o filho ao hospital de imediato porque não tinha com quem deixar a irmã gêmea de Bento, Raphaela, e precisou esperar o marido retornar do trabalho.

Irmã Gêmea também foi vítima
O caso é ainda mais delicado, pois a irmã gêmea de Bento, Raphaela Simone Marques Dos Santos, também apresentava marcas de agressão. Ela recebeu alta médica e foi encaminhada a um abrigo. A polícia acrescentou em uma das edições do Boletim de Ocorrência as naturezas de lesão corporal e tortura em relação à menina.
Carlos e Raquel foram localizados e capturados em endereços distintos na capital paulista (Heliópolis e Jd. São Savério) e levados à carceragem anexa ao 3º Distrito Policial de Diadema.

