
Mais um dia de violência se abate sobre as comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro. Na manhã desta terça-feira (28/10), uma megaoperação coordenada pelas forças de segurança do estado atingiu em cheio os complexos do Alemão e da Penha, áreas históricas de domínio do Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa fluminense. O objetivo é claro: frear o avanço e a consolidação do poder do CV em territórios estratégicos. Pelo balanço parcial, até o momento, perderam a vida 44 pessoas e 81 criminosos foram presos.
A intervenção, que faz parte da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo para sufocar a expansão da facção, mobilizou um efetivo impressionante: pelo menos 2.500 agentes foram às ruas para cumprir uma centena de mandados de prisão. O custo da repressão, no entanto, é altíssimo.
Balanço de Perdas e Conflito Armado
O cenário encontrado pelos moradores e pelas equipes de reportagem do Rio foi de guerra urbana. Traficantes reagiram de forma ostensiva, utilizando barricadas em chamas para dificultar a progressão policial. Dezenas de colunas de fumaça que subiam dos complexos eram visíveis de diversos pontos da cidade, um símbolo dramático da intensidade do confronto.
Balanço Parcial da Operação
O balanço parcial atualizado reflete os momentos de muita tensão na cidade:
- 60 suspeitos mortos em confronto. Dois eram da Bahia; outro, do Espírito Santo.
- 2 policiais civis e 2 policiais militares foram mortos.
- Além deles, 3 inocentes foram feridos: um homem em situação de rua foi atingido nas costas por uma bala perdida e levado para o Getúlio Vargas; uma mulher que estava em uma academia também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.
- 81 pessoas foram presas.
- Policiais apreenderam 75 fuzis, 2 pistolas e 9 motos.

População Refém do Conflito
Os maiores prejudicados pela escalada da violência no Rio são, como sempre, os moradores.
- Escolas: Unidades de ensino nos complexos não abriram as portas, deixando milhares de crianças e jovens sem aulas e privando-os de um ambiente seguro.
- Postos de Saúde: Os serviços de saúde foram paralisados ou severamente restringidos, impedindo atendimentos básicos e urgentes em áreas já vulneráveis.
A população se viu, mais uma vez, refém de um conflito armado que se arrasta há décadas no Rio. A fumaça das barricadas e o estampido dos disparos transformaram a terça-feira em um dia de medo, incerteza e paralisação dos serviços essenciais.
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