A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Justiça, do Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon-SBC), da Pasta de Segurança, da Secretaria de Saúde e da Vigilância Sanitária, deu início a uma força-tarefa de fiscalização em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no município, com auxílio também da Polícia Civil. A operação marca a criação de um comitê intersecretarial para averiguar os casos envolvendo suspeitas de intoxicação por metanol na cidade. Em paralelo, foi criada, na quarta-feira, uma comissão pela Câmara Municipal com o objetivo de investigar os desdobramentos dos casos.
A ação ocorre diante de ocorrências recentes no Estado relacionadas à adulteração de bebidas com metanol, substância altamente tóxica, que já resultaram em intoxicações compatíveis com consumo de produtos falsificados. A medida tem como propósito proteger a saúde da população, coibir a atuação de falsificadores e inibir a distribuição irregular desses produtos.
Estão sendo vistoriados bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, adegas, mercados, atacarejos, distribuidoras e supermercados, além de práticas em plataformas de e-commerce e aplicativos de entrega. Durante as inspeções, as equipes verificam documentação fiscal, origem e procedência dos produtos, rótulos, embalagens, lacres, registros de lotes e cruzamento de notas fiscais de compras.
Estabelecimentos que apresentarem irregularidades poderão ser autuados, interditados, ter mercadorias apreendidas e responder civil e criminalmente. Até o momento, dois locais foram interditados cautelarmente em ação conjunta da Vigilância Sanitária Municipal e Estadual (GVS-7), nos bairros Taboão e Paulicéia. A Polícia Civil apreendeu garrafas suspeitas. O 7º DP conduz investigação criminal.
ATUAÇÃO FIRME – A prefeita Jessica Cormick destacou que a Prefeitura está atuando desde os primeiros acontecimentos de forma firme e imediata para proteger a população. “A adulteração de bebidas com metanol é um crime gravíssimo contra a vida. Mobilizamos nossas equipes de Saúde, Vigilância e Justiça para fiscalizar e interditar, se necessário, além de orientar comerciantes e consumidores. Esta é uma ação de saúde pública e de segurança, que precisa contar também com a colaboração dos estabelecimentos e da comunidade. A prioridade absoluta é garantir a integridade e a segurança dos moradores de São Bernardo”, afirmou.
A Vigilância Epidemiológica já está em contato com famílias de vítimas e pacientes internados para identificar possíveis locais de consumo, mapear áreas de risco e orientar comerciantes quanto ao cuidado com a origem dos produtos. O trabalho ocorre de maneira simultânea, com caráter preventivo e repressivo.
Segundo o secretário municipal de Justiça, Dr. Ronaldo Perrucci, é fundamental que qualquer pessoa que apresente sintomas procure imediatamente uma unidade de saúde e faça a denúncia. “Paralelamente, estamos intensificando as vistorias nos estabelecimentos, conferindo notas fiscais e a procedência das bebidas comercializadas. Também estamos dialogando com comerciantes para que se tornem parceiros nesse processo, colaborando com informações e ajudando a identificar práticas suspeitas. A ideia é somar esforços, proteger a população e responsabilizar quem coloca vidas em risco”, destacou.
REDE DE SAÚDE PREPARADA
A rede de saúde de São Bernardo está preparada para atender todos os casos e estabeleceu um fluxo para atendimento das pessoas com sintomas de contaminação. O Hospital de Urgência é o serviço de referência e conta com pessoal preparado para os atendimentos aos pacientes. “O HU tem UTI, tem hemodiálise, toda estrutura e suporte para os pacientes que apresentarem casos mais graves”, frisou o secretário de Saúde de São Bernardo, Dr. Jean Gorinchteyn.
A Prefeitura reforça que fornecedores e comerciantes são considerados parceiros neste trabalho e têm a responsabilidade de adquirir bebidas apenas de fornecedores idôneos e com CNPJ ativo, exigir e arquivar notas fiscais eletrônicas válidas, manter cadastro atualizado de fornecedores e jamais adquirir mercadorias de vendedores informais ou com preços anormalmente baixos. Também é indispensável adotar procedimentos de conferência no recebimento dos produtos, comparando rótulos, lotes, teor alcoólico e embalagens com as notas fiscais, manter condições adequadas de armazenamento e registrar as evidências em caso de suspeita de adulteração, preservando amostras para eventual perícia. Em qualquer situação suspeita, a orientação é interromper imediatamente a comercialização do lote e notificar os órgãos competentes, como a Vigilância Sanitária municipal ou estadual, Polícia Civil, Procon e, quando aplicável, o Ministério da Agricultura.
CUIDADOS
A população também deve redobrar os cuidados, como comprar somente em locais confiáveis, observar a integridade das embalagens, rótulos e lacres e guardar sempre as notas fiscais de compra. Entre os principais sinais de adulteração estão preços muito abaixo do mercado, lacres tortos, recipientes com defeitos, rótulos com erros de impressão ou ortografia, divergência de informações entre embalagens e notas fiscais.
Em caso de ingestão de bebida adulterada, os sintomas mais frequentes são visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou perda de consciência. Nestas situações, é necessário procurar atendimento médico imediato nas UPAs ou no Hospital de Urgência. O Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) oferece orientação clínica e toxicológica. Além disso, a Vigilância Sanitária Municipal atende pelo telefone (11) 2630-6833; a Polícia Civil pelo número 181; o Procon-SBC pelo número (11) 2630-9992; e a Ouvidoria SUS de São Bernardo pelo (11) 2630-9579.
