
A ex-funcionária da rede Raia Drogasil Noemi Ferrari publicou nesta semana o vídeo da gravação do processo, no qual revela ter recebido ofensas racistas de sua superior no primeiro dia de trabalho, em 2018, em uma farmácia em São Caetano do Sul. O vídeo publicado por Noemi no TikTok na última quinta-feira (11), já passou de 7 milhões de visualizações.
No vídeo, a funcionária filma Noemi e diz: “Essa daqui é a Noemi, nossa nova colaboradora. Fala um oi, querida. Tá escurecendo a nossa loja? Tá escurecendo. Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais”. A filmagem tinha como objetivo apresentar a funcionária a outros colaboradores em um grupo de WhatsApp da empresa.
Após decisão do Tribunal Regional do Trabalho, a rede Raia Drogasil foi condenada a pagar R$ 56 mil de indenização à ex-funcionária Noemi Ferrari. Ela contou que ficou na empresa até 2022, quando já estava com o cargo de supervisora, depois de um supervisor a agredir verbalmente e quase fisicamente, ela foi demitida em fevereiro.
Ao portal G1, Noemi explicou que na época, a demissão, a impulsionou ir atrás dos seus direitos e que após receber uma indireta de uma funcionária, foi o empurrão que faltava. Em decisão da Justiça, a juíza Rosa Fatorelli, considerou que o vídeo e a confissão da autoria pela funcionária comprovaram as alegações de falas racistas. Além do dano moral, a Justiça reconheceu que a funcionária fazia turnos mais extensos do que os registrados em ponto.
Em nota oficial a rede Raia Drogasil lamentou o episódio que aconteceu em 2018, além de reiteirar que a empresa não compactua com nenhum tipo de discriminação e que a diversidade e respeito são valores primordiais. A empresa argumentou que em 2024, encerrou o ano com com mais de 34 mil funcionários pretos e pardos e atualmente 50% das posições de liderança são ocupadas por pessoas negras, sendo resultado direto de programas estruturados de inclusão e valorização.
Texto: Eli Lima
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