
Lucas da Silva Santos, de 19 anos, foi sepultado nesta terça-feira (22/07) em São Bernardo do Campo, após ter sua vida interrompida no último domingo (20/07). O jovem foi vítima de envenenamento por chumbinho, administrado por seu padrasto, Ademilson Ferreira, em 11 de julho. A família, em choque, clama por justiça e expressa a revolta diante da brutalidade do crime.
Lucas ficou internado no Hospital de Urgência de São Bernardo, mas não resistiu à intoxicação. A notícia de sua morte devastou a família, que agora busca respostas e luta para entender a motivação de tamanha crueldade.
“Um monstro interrompeu o sonho de liberdade do meu irmão”, desabafa Marco Júnior
Emocionado e revoltado, Marco Júnior, irmão de Lucas, concedeu uma declaração carregada de dor e indignação. Ele descreveu Lucas como um jovem cheio de sonhos, que amava seu cachorrinho e passava horas mexendo em seu Fusquinha, um símbolo de sua busca por independência.
“O cachorrinho que ele tem, ele amava, com o Fusquinha dele que está lá (na casa de Lucas)”, disse Marco, com a voz embargada. “Lógico que é revoltante, porque não tem um motivo. Se tivesse um motivo, eu falaria assim, ‘ah, morreu por causa disso, morreu por causa daquilo’, mas ele morreu só porque ele queria ser livre, porque ele queria ter a independência dele, porque ele queria ter a casa dele, que eu acho que é o sonho de todo mundo, né, conquistar as coisas.”
Marco Júnior revelou ter ouvido o áudio da confissão de Ademilson, o que intensificou sua revolta. “Eu ouvi e sabia que o cara, ele foi tão ardiloso a ponto de colocar um doce em cima e falar, ‘toma, come, come’, e saber que ele estava chorando lá no dia. Lógico que é revoltante.”, afirmou o irmão ao se referir ao leite condensado com chumbinho que o padrasto colocou em cima do bolinho de mandioca antes de entregar a Lucas.
Apesar da dor, Marco expressou um desejo de justiça peculiar para o padrasto: “Muita gente fala assim, ‘ah, espero que ele morra’, eu não espero, eu espero que ele fique bem, eu espero que ele viva muitos anos e ele pague a cada dia. Eu sei que eu não vejo remorso naquele homem, eu não vejo arrependimento nenhum naquele homem, aquilo ali é um monstro, mas eu espero que ele viva muitos anos preso mesmo, porque é o que ele merece. E que não saia, né, da preventiva, que não saia da temporária.”
Ele finalizou sua declaração com um apelo contundente à justiça brasileira: “É bom que se ele sair já mostra que a gente já não confia muito na Justiça brasileira, e se ele sair depois disso tudo que ele fez, aí pode abandonar tudo, porque um cara que matou, ele realmente matou meu irmão, virou e matou mais dois dos meus irmãos que até onde a gente sabe, e esse cara sair impune pela porta da frente, não tem como pensar, eu acho que não tem como pensar nisso.”
“Meu irmão agiu com monstruosidade”, diz Tia de Lucas
Cláudia Pereira dos Santos Daliessi, tia de Lucas, também se manifestou, demonstrando a profundidade da dor que assola a família. “É uma dor muito grande. Inacreditável. A ficha caiu agora”, afirmou Cláudia, visivelmente abalada. Foi ela quem fez o bolinho de mandioca e mandou para a família.
Ela não poupou palavras para descrever a atitude do padrasto de Lucas: “Meu irmão agiu com monstruosidade, destruiu a família. Via o Lucas todo dia mexendo no Fusquinha dele.” A imagem de Lucas com seu carro, um hobby tão marcante em sua vida, intensifica a tragédia para os familiares.
A comunidade de São Bernardo do Campo acompanha o caso com consternação e se manifesta pelas redes sociais, enquanto a família de Lucas da Silva Santos busca conforto e, acima de tudo, que a justiça seja feita para que o responsável por tamanha barbárie pague por seus atos.
